O Estado de S. Paulo
Mais capitalizados e conscientes da necessidade de manter-se competitivos, os agricultores brasileiros vêm investindo mais na mecanização da lavoura, com predomínio da soja. Em novembro, a venda de máquinas agrícolas e rodoviárias alcançou 3.754 unidades, um crescimento de 27,5% em relação ao mesmo mês de 2017, segundo dados da Associação Nacional de Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea). De janeiro a novembro, as vendas totalizaram 43.351 unidades, um avanço de 11,9% em comparação com os 11 primeiros meses de 2017, devendo-se notar que menos de 5% correspondem a máquinas rodoviárias.
As vendas de equipamentos agrícolas em novembro foram 25,5% inferiores ao volume de outubro, quando são tradicionalmente tomadas as decisões de plantio. A projeção da Anfavea é de que as vendas do segmento atinjam 47 mil unidades ao fim de 2018, um avanço de 10,8% em relação a 2017 (42,4 mil).
As vendas internas praticamente supriram a queda nas exportações, causada principalmente pela crise na Argentina. De janeiro a novembro, as exportações de máquinas agrícolas foram de 11.827 unidades e dificilmente alcançarão a marca do ano passado, de 14 mil unidades. Vale notar, contudo, que, em valor, as exportações somaram US$ 3,14 bilhões, 15,2% mais que nos 11 meses do ano anterior.
A nova disposição dos agricultores nacionais de dar mais eficiência aos trabalhos no campo animou o segmento de máquinas agrícolas da indústria automotiva, que há três anos se encontrava praticamente estagnado. Em novembro, a produção foi de 6,6 mil unidades, 73,3% mais que no mesmo mês de 2017. No acumulado de janeiro a novembro, foram produzidas 60,2 mil unidades, crescimento de 19,4% ante os 11 meses do ano anterior.
A retomada do investimento em modernização deve levar a um aumento da produção agrícola. O crédito rural ajudou, com acréscimo de 19% de julho a novembro. A Confederação Nacional da Agricultura (CNA) estima que a safra 2018/2019 será maior que a de 2017/2018 (228 milhões de toneladas). Com condições climáticas favoráveis, a CNA prevê aumento de 6% na produção de soja, sendo otimista também quanto à produção de milho e algodão. A se confirmarem tais projeções, calcula-se uma elevação de 4,3% no valor bruto da produção em 2019. (O Estado de S. Paulo)