O Estado de S. Paulo
O diretor-geral da Organização Mundial do Comércio (OMC), Roberto Azevêdo, avalia que a reunião na qual os presidentes dos Estados Unidos e da China, Donald Trump e Xi Jinping, acordaram uma trégua comercial de 90 dias ligou “um novo modo de achar soluções” no comércio global.
No momento em que muito se fala sobre promover reformas nas regras do organismo multilateral, o brasileiro afirmou que as mudanças contemplarão preocupações específicas tanto de Washington quanto de Pequim. Em visita à capital americana, Azevêdo disse em entrevista à Bloomberg TV que há a possibilidade de se reunir com o secretário do Tesouro dos EUA, Steven Mnuchin.
Hoje, a conversa foi com o representante de Comércio dos EUA (USTR, na sigla em inglês), Robert Lighthizer. Segundo Azevêdo, entre os assuntos tratados esteve “a melhor forma” de proceder após as conclusões a que se chegaram na cúpula do G20, em Buenos Aires. E, em relação às reformas da OMC, discutiram que membros da entidade participariam do debate e o cronograma das tratativas, informou.
Quando questionado sobre as ríspidas críticas de Trump à OMC, que já chamou a organização de “catástrofe” e “tragédia”, Azevêdo jogou panos quentes sobre os comentários e enfatizou que os EUA foram “o país que mais trouxe casos à [resolução de disputas] da OMC” em meses recentes. “Os EUA têm sido muito ativos na OMC e apresentaram até uma proposta de maior transparência”, defendeu. (O Estado de S. Paulo/Nicholas Shores)