AutoIndústria
A nova diretoria da Adefa, Associação de Fabricantes de Automóveis da Argentina, junto com os representantes das principais montadoras que atuam no país, reuniu-se esta semana com o ministro da Produção, Dante Sica, para avaliar a situação do setor e discutir possíveis ações para reverter o quadro negativo nas vendas internas e produção.
A indústria automobilística argentina iniciou o ano com planos de atingir vendas entre 950 mil e 1 milhão de unidades, meta agora revista para 810 mil emplacamentos. Até setembro o setor comercializou 564 mil veículos, o que representou queda de 12,1% no comparativo com o mesmo período do ano passado.
A produção no acumulado do ano ainda indica crescimento, de 5,6% até setembro, com 370,7 mil unidades fabricadas nos nove meses. Mas a Adefa já admite que o setor não terá como atingir estimativa feita no início do ano de produzir perto de 565 mil veículos em 2018. Pela nova projeção, no máximo sairão das linhas de montagem argentina algo em torno de 482,5 mil unidades.
Além do novo presidente da Adefa, Hernan Vazquez, também participaram da reunião de quinta-feira, 25, no Ministério da Produção, Cristiano Rattazzi (FCA), Gabriel Lopez (Ford), Federico Ovejero (General Motors), Jorge Fernandez (Honda), Marcus Cheistwer (Iveco), Gustavo Castagnino (Mercedes-Benz) Diego Vignati (Nissan), Rodrigo Pérez Graziano (PSA), Daniel Afione (Toyota), Cecilia Rago (Renault) e Martin Garat (Scania).
Na ocasião, Vázquez ressaltou a importância da reunião e a necessidade de o setor continuar trabalhando em conjunto para encontrar mecanismos que minimizem o impacto das medidas que afetam o setor.
“Avaliamos a situação atual e revisamos as projeções do setor, reforçando a necessidade de continuarmos no caminho do diálogo”, afirmou o presidente da Adefa.
Dentre as ações debatidas, o setor comprometeu-se a continuar buscando novos mercados no exterior. Em novembro, entre os dias 12 a 15, a indústria automobilística argentina participa de uma missão comercial na Guatemala, El Salvador e Costa Rica no âmbito da Cúpula Ibero-Americana.
Reflexo no Brasil
A retração do mercado argentino tem provocado retração nas exportações brasileiras para lá, tanto no âmbito dos veículos como também das autopeças. Segundo a Anfavea, as vendas para a Argentina caíram 8% no acumulado até setembro, com 363 mil unidades embarcadas no período, contra 395,2 mil nos primeiros nove meses de 2017.
As autopeças, que até agosto registravam crescimento nos negócios com o país vizinho, também tiveram o quadro revertido em setembro, quando as exportações despencaram para US$ 153,7 milhões, valor 29% inferior ao do mesmo mês do ano passado (US$ 216,3 milhões).
Com tal desempenho, os Estados Unidos passaram a ser o principal mercado comprador das autopeças brasileiras no mês passado (US$ 155,9 milhões), situação inédita no setor. (AutoIndústria)