O Tempo
A exposição “São Francisco na Arte de Mestres Italianos” levou, em dois meses, 115,6 mil visitantes à Casa Fiat de Cultura para ver 20 obras de artistas consagrados. “Isso equivale a quase dois Mineirões cheios”, dimensiona José Eduardo de Lima Pereira, que nesta sexta-feira (26) passou o cargo de diretor-presidente do centro cultural para João Ciaco, diretor de brand marketing da Fiat Chrysler Automobiles (FCA).
Lima Pereira continuará trabalhando pelo espaço como conselheiro cultural. Para ele, durante os 12 anos em que atuou como diretor-presidente, “a Casa Fiat colocou ao alcance das pessoas a melhor arte produzida no mundo, e os esforços não param”.
Para 2019, três novas exposições já estão programadas. De acordo com Lima Pereira, uma delas é uma mostra de arte italiana que já vem sendo planejada há quatro anos. “Temos um parceiro de curadoria na Itália, que já trabalhou conosco, com quem eu selecionei uma série de obras de grandes mestres do período áureo do Renascimento para trazer para o Brasil. Algo dentro das dimensões e importância da exposição ‘Roma: A Vida dos Imperadores’ (2011)”.
Uma proposta também foi feita por parte do governo francês. “É algo que ainda está em aberto, mas recebemos o convite para visitar, conversar e negociar peças de arte para uma exposição”, conta o novo conselheiro cultural.
A terceira exposição prometida para 2019 terá como temática os anos de ouro do design automotivo. “Vamos transportar os visitantes até a época da ‘dolce vita italiana’, às décadas de 50 e 60, que marcaram a história e ainda influenciam a cultura de hoje”, disse Ciaco.
Além de obras internacionais, o novo presidente afirma que a nova gestão vai lançar um olhar cada vez mais atento sobre o que se produz aqui, estudando e promovendo a produção artística e cultural local.
Ciaco ainda frisa que os pontos que guiam a Casa Fiat de Cultura permanecem, mas à arte, à cultura, à italianidade e à mineiridade serão agregadas a tecnologia e inovação. “Pretendemos, neste movimento, envolver cada vez mais os jovens com a Casa Fiat, para que se insiram de forma ativa na produção cultural”, afirmou o novo presidente.
A ideia, segundo ele, é envolver os jovens por meio do digital. “Vamos intensificar o processo de comunicação, utilizando todos os canais disponíveis. As mídias digitais e sociais são aliadas da produção cultural e podem ser o próprio espaço virtual em que a produção aconteça e se propague”, acrescenta.
Metas da nova gestão
Ciaco reforçou o comprometimento do espaço cultural em continuar sendo um canal de disseminação da arte no Brasil e em Minas. “Vamos continuar a buscar e expor o que há de mais expressivo na arte mundial, como temos feito até agora”, diz o novo presidente.
Ele afirmou que nos próximos anos a ideia é avançar pelos caminhos já traçados: “Acreditamos na importância e na força da arte para a formação das pessoas, para a educação dos jovens e para o aprimoramento da própria sociedade. A Casa Fiat de Cultura se coloca mais uma vez como um organismo vivo em meio à capital mineira, que busca desenvolver no público a capacidade crítica para apreciar arte e também produzir cultura”.
As exposições, segundo a nova presidência, continuarão sendo gratuitas e inclusivas. No entanto, ainda não se pode prever quantas serão as mostras ou o tempo de permanência de cada uma delas.
“A arte oxigena a sociedade, tem um caráter universal, aberto e inclusivo. Ela é essencial para o desenvolvimento da sociedade, e nós vamos continuar desempenhando nosso papel cultural aqui, em Minas e no Brasil,” conclui Ciaco.
Antonio Filosa, presidente do grupo FCA, descreve a Casa Fiat como um ponto de encontro da comunidade que “sempre almeja o desenvolvimento humano e cultural através da difusão da arte”.
Desde sua criação, em 2006, a Casa Fiat de Cultura realizou 47 exposições nacionais e internacionais e foram apresentadas mais de 2.000 obras, que atraíram 2,5 milhões de visitantes. (O Tempo)