Jornal do Carro
Na hora de escolher um carro, o principal chamariz pode até ser o design da carroceria. Mas deveria ser o motor. Afinal, é ele que vai determinar, em conjunto com o câmbio, o comportamento do carro no dia a dia, das arrancadas prazerosas no semáforo à frequência das idas ao posto de gasolina.
Para conseguir entregar desempenho e eficiência, as montadoras têm apostado em motores tricilíndricos e no uso de turbocompressores. Os novos três-cilindros ressuscitaram o carro 1.0. Que deixou a apatia para trás e passou a ser, ao mesmo tempo, “esperto” e econômico.
Com um cilindro a menos que os tradicionais propulsores com quatro peças, o motor precisa de menos atrito para gerar força. E essa energia que ele deixa de gastar para se movimentar passa a ser usada para deslocar o carro. Por isso, o torque em baixa rotação tende a ser maior. E o peso menor propicia um consumo mais baixo de combustível.
Entre os modelos com motor de três cilindros, um bom exemplo a destacar é o Ford Ka. A variante de 1 litro gera até 85 cv, fazendo dele o modelo 1.0 mais gostoso de acelerar. O 1.5 de 110 cv é ainda mais empolgante. E foi fundamental para que a marca conseguisse reposicionar o modelo para cima, ocupando o espaço de versões do veterano Fiesta.
Peugeot e Citroën oferecem nos modelos 208 e C3, respectivamente, o tricilíndrico Puretech de 1,2 litro e até 90 cv. Graças a ele, o Peugeot 208 se tornou um dos modelos mais econômicos à venda no país. Quando abastecido com gasolina, ele faz notáveis 13,9 km/l na cidade (em ciclo rodoviário, são 15,5 km com um litro do mesmo combustível).
Outro carrinho que merece os louros por seu motor 1.0 aspirado é o Volkswagen Up. Com o reposicionamento da gama para cima, esse motor hoje só é oferecido no catálogo Move. Silencioso, esperto e com uma vibração menor que a de rivais como o Hyundai HB20, esse motor gera 80 cv. Mais que suficientes para o baixo peso do subcompacto, que tem a proposta de ser um carro citadino e que gaste pouco.
Turbinados
Na outra extremidade, estão os modelos turboalimentados. Faz tempo que o turbo transcendeu os esportivos e chegou aos carros de passeio. Ele permite que se obtenha com uma menor cilindrada a mesma potência que antes. Só se conseguia com motores de maior litragem, menos eficientes e mais beberrões.
O próprio Up está aí para ilustrar o caso, com seu motor 1.0 TSI de 105 cv – potência que um dia o Brasil só viu em carros 1.6 ou até 1.8. Uma variante desse propulsor, desta vez com 128 cv, permite que os Volkswagen Polo e Virtus deem um show de desempenho e faz deles os modelos mais gostosos de dirigir em seus respectivos segmentos.
Também usando a boa receita do downsizing com turbo, vale destacar o motor 1.4 de 150 cv que equipa os Chevrolet Cruze e Tracker, o 1.5 de 173 cv do Honda Civic e o THP 1.6 de até 173 cv que aparece em vários modelos das marcas Peugeot, Citroën e DS.
Entre os utilitários-esportivos, quem busca diversão ao volante tem como opções seguras o motor 2.0 turbodiesel de 170 cv que a Jeep oferece em versões do Renegade e do Compass e também o quatro-cilindros de 262 cv que move o Chevrolet Equinox (e também aparece em versões do esportivo Camaro lá fora). (Jornal do Carro)