Jornal do Carro
O complexo de desenvolvimento de veículos da Ford, localizado em Tatuí, no interior de São Paulo, chega aos 40 anos como um dos mais modernos do gênero do mundo. Pioneiro na América do Sul, em atividade desde 1978, o Campo de Provas reúne instalações completas com capacidade para desenvolver e testar automóveis, utilitários e caminhões.
O centro é uma das principais ferramentas da engenharia da Ford na América Latina para validar componentes e sistemas veiculares e, assim, garantir segurança, conforto, desempenho e qualidade dos veículos da marca. O local, com mais de 4,60 milhões de m², abriga 50 quilômetros de pistas, laboratórios para testes e análises e oficinais preparadas para construir protótipos.
O Campo de Provas da Ford é o palco para que seus engenheiros somem mais de 8 milhões de quilômetros de testes por ano, além de foco de investimento anual pela fabricante dado à importância do complexo. Sua estrutura reúne áreas para realização de testes de desempenho e consumo de combustível, frenagem, de impacto com barreiras para crash-test, penetração de água e poeira, câmara fria, cabines de névoa salina, arrefecimento, ruído, emissões de poluentes e durabilidade.
Para os testes dinâmicos, as pistas com trechos de alta e baixa velocidade, algumas repletas de irregularidades, simulam a realidade das ruas e avenidas da América Latina. Por meio delas, os engenheiros podem aferir e encontrar o melhor acerto da suspensão, do sistema de direção, como também desenvolver relações de marchas mais adequadas às condições da região.
As pistas ainda contam com tanques que permitem aferir a capacidade da cabine de impedir a invasão de água. Rampas com diversos ângulos de inclinação auxiliam no aperfeiçoamento do desempenho do veículo e no desenvolvimento de novos sistemas. O HLA, assistente de partida em rampa, hoje presente no caminhão Ford, por exemplo, foi validado a partir dos testes realizados nessas rampas.
O ambiente fora de estrada também é contemplado no Campo de Provas de Tatuí, representado por pista dotada de ondulações variadas, pedras soltas, poços de lama e trechos de areia e água com o objetivo de analisar o desempenho dos veículos sob condições severas. A área é especialmente importante para os testes de durabilidade de componentes, qualquer eventual fragilidade pode ser corrigida antes de o veículo chegar ao mercado.
Nas áreas cobertas do complexo da Ford também há testes. O laboratório de emissões, por exemplo, tem norma internacional de qualidade que permite à fabricante certificar veículos de exportação sem necessidade de que órgãos governamentais de fora precisem acompanhar os testes. As estações com dinamômetros analisam desempenho e emissão de gases em simulação na qual a montadora deve garantir que os motores não infrinjam normas de emissões de poluentes.
No de ruídos, a tecnologia avançada identifica as diversas fontes de barulho por meio de aparelhos equipados com câmeras e microfones, instalados em diversas partes do veículo. A ferramenta permite não só identificar a origem do som como a sua localização exata. Testes como esses permitem à montadora buscar o menor nível de ruído dentro da cabine, levando em conta diferentes tipos de pista. (Jornal do Carro)