Montadoras alemãs têm 50% de chance de sofrer destino de Detroit, diz VW

Reuters

 

Montadoras alemãs só têm 50% de chances de se manterem como líderes na indústria automobilística, a menos que transformem seus negócios para atender às novas regulamentações e adaptar as cadeias de fornecimento, disse o presidente-executivo da Volkswagen.

 

Os fabricantes de carros se queixaram das novas regulamentações, incluindo a proibição de veículos a diesel mais antigos nas cidades alemãs e medidas mais amplas da União Europeia para reduzir as emissões de poluentes de carros, dizendo que vão prejudicar a indústria automobilística da Europa e custarão empregos.

 

“Se você olhar para os antigos bastiões da indústria automobilística como Detroit, Oxford Cowley ou Turim, você entende o que acontece com cidades quando as empresas outrora poderosas e líderes industriais fraquejam,” disse o presidente-executivo Herbert Diess em conferência de fornecedores automotivos Wolfsburg.

 

A associação da indústria automotiva alemã, VDA, disse que a proibição da circulação de veículos movidos a combustão a partir de 2030 ameaça mais de 600 mil empregos industriais alemães, dos quais 436 mil estão em montadoras e seus fornecedores.

 

Regras mais rígidas podem tirar algumas montadoras do mercado devido ao ritmo das reformas necessárias para migrar para a produção de carros elétricos e enfrentar novas ameaças geopolíticas, disse Diess.

 

“Do ponto de vista atual, as chances talvez sejam de 50% de que a indústria automobilística alemã ainda pertença à elite global daqui a dez anos”, disse ele, referindo-se aos principais atores alemães do setor, a Volkswagen, a BMW e a Daimler.

 

BMW, Audi, da VW, e Mercedes detêm cerca de 90% de participação de mercado no segmento premium de automóveis, mas um esforço para cortar as emissões prejudica os veículos de alta potência e, portanto, as marcas alemãs em particular. (Reuters/Edward Taylor)