Último Instante/Reuters
A Volkswagen do Brasil decidiu dar 20 dias de férias coletivas para parte dos funcionários da fábrica em Taubaté, no interior de São Paulo, citando redução de exportações de veículos para a Argentina, principal destino das exportações de automóveis do Brasil no exterior.
“Embora o mercado brasileiro demonstre evolução em 2018, os envios para a Argentina foram momentaneamente reduzidos”, afirmou a montadora alemã em comunicado à imprensa.
“Para fazer frente a essa redução nos volumes de veículos exportados a partir do Brasil para a Argentina, estamos pontualmente utilizando ferramentas de flexibilização da produção, como férias coletivas, de forma a promover os ajustes necessários, garantindo assim a sustentabilidade do negócio”, acrescentou a companhia.
Procurado, o Sindicato dos Metalúrgicos de Taubaté confirmou a comunicação da montadora sobre as férias coletivas, que começam nesta segunda-feira e se encerram em 28 de outubro, mas não informou o montante de funcionários ou áreas que serão atingidas pela medida.
A fábrica emprega 3.500 funcionários e produz os modelos up!, Gol e Voyage.
Segundo o sindicato, essa já é a terceira ocorrência neste ano para férias coletivas para “adequar a unidade à demanda de mercado”.
Na semana passada, a associação de montadoras de veículos no do Brasil, Anfavea, reduziu sua projeção de exportações em 2018 para queda de 8,6% citando entre os motivos a queda do mercado argentino, que atravessa uma crise marcada por forte desvalorização do peso que obrigou o governo a elevar os juros.
No acumulado do ano, as exportações de veículos do Brasil para a Argentina somam 363,1 mil unidades de um volume total vendido ao mercado externo de 524,3 mil. Um ano antes, as exportações acumuladas para a Argentina nos nove primeiros meses do ano tinham sido de 395,2 mil veículos.
A Volkswagen afirmou que, apesar das “possíveis flutuações do mercado de exportações”, planeja um crescimento de 10% em sua produção em 2018 na comparação com 2017. De janeiro a setembro, a montadora teve alta de 33,5% nas vendas no Brasil, acima dos 13% de crescimento registrado pelo mercado interno. (Último Instante/Reuters/Rodrigo Viga Gaier, edição Alberto Alerigi Jr.)