Montadoras e grupos ambientalistas criticam plano alemão de combate à poluição por diesel

Reuters

 

O governo alemão apresentou planos para reduzir a poluição causada por veículos a diesel ao pedir as montadoras que ofereçam incentivos para motoristas trocarem ou modernizarem seus veículos, provocando concessões relutantes do setor e objeções de grupos ambientalistas.

 

Depois de uma maratona de negociações, a chanceler Angela Merkel e os líderes de sua coalizão anunciaram nesta terça-feira que um acordo de como reduzir a poluição nas cidades alemãs mais afetadas, evitando proibições impopulares do uso de veículos movidos a diesel.

 

Os donos de milhões de modelos a diesel mais antigos nas 14 cidades mais poluídas da Alemanha poderão escolher entre descontos para troca e atualizações de seus veículos.

 

Mas as montadoras não se comprometeram a cobrir o custo integral das atualizações, que pode chegar a bilhões de euros.

 

Elas disseram que o foco deveria ser encorajar os donos de carros a trocar seus modelos a diesel mais velhos por veículos mais limpos – o que traria um aumento nas vendas, ainda que a preços com desconto.

 

A Daimler disse estar preparada para participar do programa de atualização e oferecendo incentivos de até 10 mil euros para aqueles que trocam carros antigos por novos modelos da Mercedes.

 

“Estamos convencidos de que as emissões de óxido de nitrogênio podem ser controladas em cidades com diesel moderno e sem a proibições”, disse o presidente-executivo da Daimler, Dieter Zetsche, referindo-se aos subprodutos do diesel que podem causar doenças respiratórias.

 

A BMW também disse que oferecerá um incentivo para troca de 6 mil euros nas regiões mais poluídas do país. A francesa Renault disse que vai oferecer incentivos de até 10 mil euros para que donos de veículos a diesel mais velhos, na Alemanha, comprem carros novos.

 

Do outro lado da discussão, grupos ambientalistas argumentaram que o governo deveria ter sido mais duro com a indústria, três anos depois que o escândalo do “dieselgate” estourou na Volkswagen. (Reuters/Holger Hansen)