AutoIndústria
A Volkswagen lançou ontem, o Jetta 2019. Importado do México, o modelo tem nova geração que permitirá aos consumidores brasileiros de sedãs encontrar dentro da própria linha da marca alemã um degrau entre o nacional Virtus e o também importado – e muito mais caro – alemão Passat.
O modelo, fabricado sobre a mesma plataforma do Golf, a MQB, é oferecido apenas com motor 1.4 TSI flex de 150 cavalos, fabricado em São Carlos (SP) e acoplado à transmissão automática de seis velocidades. Vendido em duas versões de acabamento – Comfortline 250 TSI e R-Line 250 TSI, que custam, respectivamente, R$ 110 mil e R$ 120 mil -, terá como opcional apenas o teto solar e chega às concessionárias da marca em outubro.
A engenharia da Volkswagen tratou de tirar do Jetta o ar conservador das gerações anteriores. Na verdade, se não chega a ser uma ruptura com o passado, como aconteceu com a atual geração do seu concorrente direto Honda Civic, suas linhas sugerem agora bem mais esportividade do que, por exemplo, seu irmão menor fabricado em São Bernardo do Campo, o Virtus.
É enfatizando esse perfil mais jovial e o elevado nível de recursos de série, sejam de conforto ou segurança, que a Volkswagen pretende ver crescer as vendas do modelo, que teve apenas 2,8 mil unidades emplacadas de janeiro a agosto, participação de 3% e a sexta colocação entre sedãs médios, segundo aponta a Fenabrave.
O histórico líder do segmento é o Toyota Corolla, que superou 38 mil emplacamentos nos oito primeiros meses de 2018 e abocanhou fatia de 40%, muito à frente do segundo colocado Honda Civic, com 17,5 mil unidades negociadas e 18,6% das vendas. A diferença é gritante: o Corolla vende em um mês o que o Jetta somou em oito.
No ano passado o quadro não foi muito diferente. O modelo da Volkswagen fechou na quarta colocação, com 7,7 mil emplacamentos e 5% do segmento, que encerrou 2017 com 153,6 mil veículos negociados. O Corolla fechou 2017 com 66,2 mil unidades e o Civic com 25,8 mil.
Na terceira posição ficou o Chevrolet Cruze, com mais de 19 mil emplacamentos, quase três vezes mais do que o representante da VW. Tamanha diferença indica que não será fácil para o Jetta avançar no ranking e contribuir com alguma fração de ponto porcentual para o crescimento de participação da marca, que publicamente assumiu que pretende tomar o primeiro lugar da GM no mercado interno.
De qualquer forma, Pablo Di Si, presidente da Volkswagen na América do Sul, projeta vendas anuais, mantido o atual ritmo do mercado brasileiro, da ordem de 15 mil até 20 mil unidades. “Mas, claro, pode ser mais caso o mercado cresça acima do esperado”, pondera o executivo, que comemora crescimento acumulado nos oito primeiros meses de 35% contra a média de 14% do mercado.
Os sedãs médios responderam por 8,5% de todos os automóveis e comerciais leves negociados no mercado interno. No acumulado deste ano – também fruto da ascensão dos utilitários esportivos, tipo de produto sobre o qual a VW depositará seus maiores esforços nos próximos anos – têm somente 7% das vendas: 93,3 mil emplacamentos. (AutoIndústria/George Guimarães)