AutoIndústria
Limitados a um preço máximo de R$ 70 mil, os veículos destinados a pessoas com deficiência (PcD) registram demanda crescente no País e têm sido alvo de lançamentos específicos da maioria das montadoras aqui instaladas, como é o caso da versão Feel Business do SUV Cactus que a Citroën acaba de apresentar ao mercado.
De acordo com dados divulgados pela Volkswagen, foram emplacados no ano passado, incluindo modelos de todas as marcas, perto de 60 mil dessas unidades, 20% a mais do que em 2017. São veículos equipados obrigatoriamente com transmissão automática e comercializados com isenção de impostos, o que reduz seu preço em cerca de 25%.
Diante da elevada procura por produtos desse tipo, a Volkswagen é uma das montadoras que decidiu investir forte no segmento e, com isso, conseguiu triplicar as vendas para o público PCD este ano. Emplacou 4.915 unidades nos primeiros oito meses deste ano, contra apenas 1.415 no mesmo período de 2017.
“Com a a chegada das versões automáticas do Polo, Virtus, Gol e Voyage, aumentamos a nossa oferta de carros automáticos no segmento de entrada e de compactos premium. Incluindo up! e Fox com transmissão I-motion, contamos agora com seis modelos posicionados estrategicamente para atender aos clientes PCD”, destaca Gustavo Schmidt, vice-presidente de vendas e marketing da Volkswagen do Brasil.
Segundo o executivo, a opção de transmissão automática abrange 74% do portfólio da Volkswagen atualmente: “O novo Polo, o Fox e o Virtus foram os modelos da marca mais vendidos para o segmento PcD de janeiro a agosto de 2018 e os recém-chegados Gol e Voyage automáticos devem, em breve, ocupar também posições de destaque nesse ranking”.
Enquanto a Volkswagen amplia a oferta para esse público, outras montadoras decidiram retirar do mercado versões exclusivas para PDC por falta de capacidade produtiva. É o caso da Hyundai, que optou por suspender as vendas da versão Attitude 1.6 do Creta, por ter a produção da linha já comprometida com os pedidos da rede para os próximos meses.
Segundo revelou recentemente Angel Martinez, diretor de vendas e marketing da montadora, a comercialização da versão para pessoas com deficiência só será retomada no ano que vem.
A Renault, que no primeiro semestre também chegou a suspender por mais de um mês as vendas para pessoas com deficiência, voltou a oferecer os modelos Stepway, Duster e Captur para esse púbico, mas a fila de espera nesse caso chega a quatro meses.
Vale lembrar que para obter a documentação para a retirada desse tipo de veículo o consumidor enfrenta processo de apresentação de documentos e análises que dura pelo menos três meses. E desde julho deste ano o beneficiado só pode revender o veículo em prazo inferior a quatro anos se for para uma pessoa também com deficiência. (AutoIndústria)