AutoIndústria
A máxima de que os caminhões são os primeiros a sentir os efeitos de uma crise, mas também os primeiros a sair dela mais uma vez se confirma na trajetória de recuperação do segmento.
Como apontam os dados da Anfavea, a categoria de pesados acumula até agosto 20,7 mil unidades negociadas, um crescimento de 91,7% sobre as vendas de um ano atrás, de 10.820 veículos.
Embora todos os outros segmentos apresentem evolução, nenhum deles registra índice tão expressivo. Nos confrontos interanuais, os emplacamentos de semileves avançam 14,4%, com 2,5 mil unidades; os de leves 6,4%, para 7,5 mil caminhões; os de médios crescem 68,3%, com 4,4 mil unidades e os de semipesados, 34,4%, para 10,8 mil veículos.
Representantes da Anfavea costumam destacar que a base de comparação é baixa, que reflete um período de vendas reprimidas. Mas o desempenho de caminhões pesados até agosto já representa 45% das vendas totais do mercado, de 46 mil unidades, em alta de 49,5%.
“Diferentemente de 2017, quando tivemos um primeiro semestre muito ruim, esse ano tem apresentado consistentemente algum crescimento mês após mês”, resume Marco Saltini, vice-presidente da Anfavea e diretor da Volkswagen Caminhões e Ônibus. “O desempenho segue a tendência do que imaginamos até o fim do ano, de um crescimento médio de 25%, com os pesados puxando em função do agronegócio.”
Na seara dos pesados levou a melhor a Mercedes-Benz, na liderança das vendas no acumulado do ano com 5,7 mil unidades, em alta de 86,1% e participação de 27,9% nos negócios da categoria. Na vice-liderança, a Volvo praticamente empatou a corrida com o mesmo patamar de 5,7 mil caminhões vendidos até agosto, mas fatia de 27,7% das vendas.
As fabricantes do topo colocaram boa vantagem sobre a Scania, em terceiro lugar ao somar 4,9 mil emplacados nos oito primeiros meses, volume que permitiu participação de 23,8%.
As demais fabricantes correm em outro pelotão, bem distantes do pódio. No acumulado, as marcas MAN e Volkswagen responderam por 9,6% dos negócios de pesados, a DAF por 6,5%, a Iveco ficou com 3,6% e a Ford, na lanterna, com 0,6% do mercado da categoria. (AutoIndústria/Décio Costa)