Metro Jornal
No mundo, a falsificação de peças automotivas gera um prejuízo de U$ 12 bilhões (ou R$ 46 bilhões em conversão direta), segundo estimativa da Comissão Federal de Comércio (Federal Trade Commission, com sede nos EUA). Apenas no Brasil, de acordo com a ABCF (Associação Brasileira do Combate à Falsificação), R$ 3 bilhões em arrecadação são perdidos anualmente em razão de autopeças falsificadas.
O setor automobilístico só perde para os cigarros. As autopeças sem procedência custam 30% menos, de acordo com a ABCF. A economia, no entanto, não vale a pena, já que coloca em risco a vida de motoristas, passageiros e terceiros.
“Com cadeias produtivas mais globais e complexas, até mesmo as fabricantes podem não estar cientes de que componentes do carro não atendem especificações de engenharia e outras normas no produto final,” diz Rod Jones, gerente de investigação da UL (Underwriters Laboratories), empresa que inspeciona e certifica fabricantes de acordo com as normas do Inmetro e da Anatel.
Materiais, rótulos falsificados e o uso errado de marcas registradas são algumas das estratégias utilizadas pelos criminosos para fazer com que suas peças entrem no mercado. Globalmente, o Departamento Americano de Comércio estima que produtos falsificados respondam por 5% a 7% do comércio mundial.
“Além do impacto financeiro, produtos falsificados também podem machucar pessoas. Componentes de má qualidade, como velas de ignição que superaquecem, colocam os motoristas e quem mais estiver no carro em risco. E, claro, caso essa peça venha de fábrica, pode acabar com a reputação da fabricante em questão”, explica a assessoria da UL.
Barato que sai caro
A maior parte – cerca de 60% – das autopeças falsificadas chegam ao Brasil pelo Paraguai ou direto da China. Segundo a ABCF (Associação Brasileira do Combate à Falsificação), os profissionais do ramo das oficinas mecânicas conseguem perceber que a peça não é original, mas optam por usá-las em razão do baixo custo.
Como evitar
A Anfape (Associação Nacional das Fabricantes de Autopeças), por meio do diretor-executivo, Roberto Monteiro, explica que é importante pedir que o mecânico devolva a peça retirada do carro e apresente a que será utilizada: “Dessa forma, o consumidor terá certeza da procedência da nova peça e não se surpreenderá em eventuais circunstâncias desagradáveis”.
Outro medida importante é solicitar um orçamento dividido entre mão de obra e peças. O consumidor pode, também, solicitar o valor do serviço com a utilização de peças originais e também com as peças similares, aquelas de marca própria, disponibilizadas pelo mercado independente, mas com selo do Inmetro. (Metro Jornal)