AutoIndústria
A Toyota não está conseguindo acompanhar a demanda crescente pelos modelos Etios e Yaris, ambos produzidos em sua fábrica de Sorocaba, SP, que hoje opera no limite de sua capacidade, com trabalho aos sábados e horas extras dentro do permitido pela lei.
“Principalmente as versões topo de linha dos dois modelos têm fila de espera, hoje em torno de um mês”, revela o vice-presidente da Toyota do Brasil, Miguel Fonseca. “Como a concorrência é grande, acabamos perdendo vendas por falta de capacidade para abastecer adequadamente o mercado”.
Só a partir de novembro, quando implantará o terceiro turno na fábrica de Sorocaba, a Toyota terá condições de ampliar a produção do Etios e Yaris – a capacidade saltará de 120 mil para 160 mil unidades/ano dos dois modelos.
Mas mesmo assim a montadora continuará tendo dificuldade de abastecer o mercado interno, porque no último bimestre inicia a venda do Yaris na Argentina. Suas exportações deverão atingir 70,9 mil unidades este ano, volume 25% superior ao registrado em 2017.
De acordo com o vice-presidente, a marca não enfrenta retração no país vizinho, apesar daquele mercado ter desacelerado nos últimos meses. “Só para a Argentina deveremos exportar 57,3 mil unidades em 2018, ante as 51,3 mil do ano passado”, comentou Fonseca durante lançamento da linha 2019 da Hylux, picape importada da Argentina.
Rentabilidade
A política da Toyota, segundo Fonseca, é priorizar a rentabilidade da rede e da marca. Por isso mantém as vendas diretas controladas: “Nossa participação é de 12,1% no varejo e de apenas 5% no total das vendas diretas do setor. Ter volume elevado de vendas no atacado acaba desvalorizando o valor de revenda dos veículos, o que o próprio cliente”.
Ainda segundo Fonseca, no balanço dos primeiro 19 dias de agosto, a Toyota ocupava a quarta-colocação no mercado em geral. Mas o limite de capacidade impede que a empresa cresça no mesmo ritmo do mercado.
Enquanto as vendas internas tiveram alta de 14% nos primeiros sete meses deste ano, a produção da Toyota passou de 108 mil para 112,3 mil, ou seja, crescimento de apenas 4%. Segundo Miguel Fonseca, as vendas da marca devem crescer 5% este ano, ante os 9% estimados para o mercado como um todo. (AutoIndústria/Alzira Rodrigues)