Como o Polo Automotivo Fiat está se preparando para transformar o carro do futuro

Projeto Draft

 

“O carro que o jovem quer é isto”, diz o presidente da FCA para a América Latina, Antonio Filosa, mostrando o celular em posição horizontal na sua mão. “Um smartphone sobre rodas”. A metáfora não é exagero. Tecnologias que vão transformar o carro do futuro já mobilizam os times de Engenharia do Polo Automotivo Fiat, em Betim (MG), que nesses 42 anos de existência consolidou a tradição de lançar inovações e tem sido reconhecido por isso (como você vê aqui e aqui).

 

Muitas respostas para o desenvolvimento de novas soluções passam pelos desafios da conectividade. “Não se trata apenas de buscar inovações no motor, transmissões e carroceria”, diz o diretor de Portfólio, Pesquisa e Inteligência Competitiva da FCA para a América Latina, Breno Kamei. De acordo com o executivo, a conectividade aponta tendências que colocam o carro não apenas como um meio de transporte, mas como uma plataforma de negócios. “Como parte dos investimentos destinados à América Latina, estamos desenvolvendo uma nova família de infotainment e uma plataforma de conectividade. O automóvel não dependerá mais do celular para estabelecer uma conexão com a nuvem”, explica.

 

Nessa jornada de inovações, o Brasil tem assumido o protagonista dentro da FCA devido ao perfil do consumidor brasileiro, que é altamente conectado. E o Polo Automotivo Fiat, mais especificamente o Centro de Pesquisa & Desenvolvimento Giovanni Agnelli, está liderando importante experimentações na evolução do carro conectado. “Surgirá um novo mundo de serviços para o consumidor e negócios para a FCA”, ressalta Kamei, destacando que a nova geração das centrais multimídia incluirá uma plataforma de inteligência artificial e machine learning.

 

“O carro vai se comunicar com o consumidor, informando sobre as manutenções ou alertando o motorista se ele estiver dirigindo de forma agressiva. Haverá integração do carro com sua casa e escritório, proporcionando uma experiência mais fluida e 100% conectada.”

 

Se o carro conectado tem atraído cada vez mais a atenção do consumidor, não significa, entretanto, que a evolução do motopropulsor vai ficar em segundo plano. “Tecnologias para aumentar a eficiência dos motores a combustão, principalmente etanol, estarão disponíveis no curto prazo”, anuncia João Irineu Medeiros, diretor de Assuntos Regulatórios e Compliance da FCA para a América Latina. O desafio é buscar soluções para reduzir as emissões de CO2. “O etanol é 80% renovável, por conta do sequestro de carbono pelas plantações de cana de açúcar. É um combustível decisivo e eficaz para o Brasil na mitigação de CO2 para os próximos anos”, completa.

 

E os próximos capítulos dessa história?

 

Uma coisa é pensar no carro do futuro. Outra é pensar no futuro do carro. “Estamos vivendo transformações muito intensas na forma como o usuário se relaciona com a mobilidade, não apenas com o carro”, pondera Mateus Silveira, responsável pela área de Future Insights da FCA. “Há questões relacionadas ao comportamento de consumo que influenciam a dinâmica da indústria automotiva, como a economia do compartilhamento, a inovação aberta e novas formas de mobilidade virtual”, explica.

 

Realidade virtual, videoconferência, delivery, e-commerce, transporte compartilhado, carro autônomo, e assim por diante, são soluções que estão mudando a maneira como o cidadão se relaciona com a mobilidade.

 

“Estávamos acostumados a viver uma revolução de cada vez, mas agora serão várias ao mesmo tempo, interagindo umas com as outras”, explica. “Temos que nos antecipar às necessidades do consumidor. É um desafio, mas também uma oportunidade.”

 

“Imagine se as tecnologias disponíveis hoje nos carros, como os sensores de temperatura, pressão, umidade, proximidade, câmera de ré e vários outros, se tornassem abertas, como já acontece com o smartphone. Várias soluções poderiam surgir a partir destas possibilidades”, vislumbra. “Precisamos trabalhar de forma aberta e colaborativa. Só assim vamos encontrar o desconhecido, aquilo que ainda não prevemos. Temos que criar os carros que ainda não existem.”

 

“O Fiat Mio foi isso”, completa Silveira, em referência ao carro-conceito colaborativo criado em 2010 a partir de milhares de sugestões. “Foi mais que um exercício para pensar o carro do futuro. Foi também uma experiência sobre como fazer, uma degustação de novas formas de trabalho: aberto, descentralizado, colaborativo, remoto e em tempo real. A gente não sabia, mas ele nos preparou para esse cenário de futuro.”

 

Esta matéria pode ser encontrada no Mundo FCA, um portal para quem se interessa por tecnologia, mobilidade, sustentabilidade, lifestyle e o universo da indústria automotiva. (Projeto Draft/Daniel Schneider)