Diário do Nordeste
O Ceará ainda não acompanha os grandes centros econômicos no quesito de atualização do uso de novas tecnologias, mas, pelo menos no setor de autopeças, esse fator é visto como oportunidade para crescimento de mercado. De acordo com executivos ouvidos pela reportagem, que esteve presente no segundo dia da Autop 2018 – Feira Nacional de Autopeças, Motopeças, Equipamentos e Serviços, além da possibilidade de ganhar espaço pelo avanço das visões técnicas no Estado, a demanda por veículos importados e serviços qualificados deve impulsionar negócios.
A Schaeffler, por exemplo, fornecedora automotiva e industrial do mercado global, estima que justamente pela alta demanda e pelo desenvolvimento do mercado de autopeças, que traz, de forma constante, inovações tecnológicas aos veículos, a empresa deverá apresentar uma taxa crescimento, no Ceará, superior à média das outras unidades da Federação.
Enquanto que, restante do Brasil, a empresa estima crescimento médio de 5% a 10%, no Ceará, a expectativa é um incremento de 20% em relação ao ano passado.
“No Nordeste, o Ceará é um mercado extremamente importante para nós. Eu estava almoçando com um cliente e ele me disse que olhando nosso portfólio ele descobriu que existia uma solução que ajudava muito a rede de serviços dele, ele viu e já estava planejando as compras”, disse Rubens Campos, vice-presidente sênior de aftermarket automotivo da Schaeffler para a América do Sul. “É esse gap tecnológico que gera um potencial enorme no mercado aqui, e isso que dá a necessidade de estarmos sempre no Ceará, não só durante a Feira”, completou Rubens.
De acordo com Luiz Gustavo Zappa, gerente de vendas da Dayco Power Transmission LTDA., um dos fatores que poderá colaborar tanto para a melhora do mercado de autopeças no Ceará quanto para o avanço tecnológico do setor é a frota de veículos importados rodando no Estado.
A Dayco é outra empresa que confirmou, durante a Autop 2018, esperar um crescimento expressivo anual no mercado cearense. Segundo o gerente vendas da empresa, estima-se um incremento conjunto de 25% em 2018 para Ceará e Piauí, com o Estado assimilando a maior da demanda gerada pela evolução do mercado.
“A gente sente que existe também um potencial de desenvolvimento do mecânico e do aplicador de forma geral. Aqui a gente tem uma frota muito grande de veículos importados e SUVs com tecnologia embarcada muito forte, e essa é uma demanda que pode explorada pelos varejistas locais de autopeças de forma muito forte”, explicou Zappa.
Demanda elevada
Luis Pedro Ferreira, responsável pelas relações institucionais da Dana na América do Sul, explica que as novas tecnologias geraram uma defasagem no mercado de reparação, já que os mecânicos ainda não domina, a funcionalidade de alguns componentes veiculares. Mas a demanda por carros novos em Fortaleza também tem impulsionado o mercado de autopeças em comparação com outros centros comerciais no Nordeste.
“A frota de Fortaleza tem crescido mais que em outras grandes cidades do Nordeste, e 30% dos carros têm menos de 5 anos, então a reparação está cada vez mais complicada por essas novas tecnologias. Mas a Autop nos dá oportunidade de conversar com players do mercado local e vemos que o Ceará é um mercado com grande potencial”, disse.
A Autop, do Sistema Sincopeças Assopeças Assomotos, ocorre até 18/8, no Centro de Eventos do Ceará, e espera gerar R$ 80 milhões em negócios. (Diário do Nordeste)