AutoIndústria
Após registrar queda de faturamento em maio sobre abril por causa da greve dos caminhoneiros, a indústria de autopeças retomou o ritmo de crescimento em junho, com dados positivos em vendas internas e exportações. O único dado negativo é o aumento do déficit da balança comercial, que passou de US$ 2,65 bilhões no primeiro semestre de 2017 para US$ 3,2 bilhões no acumulados dos primeiros seis meses deste ano, um crescimento de 21,7%.
É que as importações no período cresceram mais do que as exportações – respectivamente, 17,1% e 13,6% – conforme relatório do balanço comercial publicada pelo Sindipeças em seu site. Foram importados US$ 7,1 bilhões em autopeças este ano, ante os US$ 6 bilhões de idêntico período do ano passado, e exportados US$ 3,87 bilhões, contra US$ 3,41 bilhões.
O aumento das importações, segundo avalia o Sindipeças, reflete o aquecimento do mercado interno de veículos. No acumulado do ano até junho, o faturamento líquido nominal das autopeças brasileiras teve avanço de 19,9% no comparativo interanual.
Em junho, particularmente, o crescimento da receita foi de 32,75% em relação maio. Com isso, o nível de capacidade instalada voltou a subir, de 66% para 70%. E as exportações também continuaram exibindo ritmo interessante, de acordo com a pesquisa conjuntural do Sindipeças, ao registrar alta de 28,4% em reais no acumulado até junho.
“Câmbio e exposição em novos mercados são alguns dos fatores que permitem compreender esse fenômeno”, avalia o Sindipeças em seu relatório sobre o desempenho de junho e do primeiro semestre do ano.
A despeito da crise interna do país vizinho, a Argentina continua sendo o principal destino das autopeças brasileiras, com 29,9% de participação no total. A China, por sua vez, segue como o país de maior expressão na aquisição de autopeças por empresas instaladas no Brasil, com 12,5% de participação no total.
Segundo o relatório de pesquisa conjuntural do Sindipeças, as vendas para as montadoras cresceram 32,9% em junho sobre maio e 19,3% no acumulado ao ano. No caso do mercado de reposição, as altas foram de, respectivamente, 23,2% e 15,7%. (AutoIndústria/Alzira Rodrigues)