Incerteza dificulta investimentos da Nissan no País

O Estado de S. Paulo

 

Reflexo das incertezas eleitorais, de desdobramentos da greve dos caminhoneiros e de um cenário externo adverso, a piora do ambiente de negócios no Brasil tem atrapalhado as negociações da Nissan com a matriz no Japão em torno do plano de investimento a ser executado pela filial nos próximos cinco anos.

 

A empresa espera que o novo ciclo seja aprovado em um mês, mas o presidente da Nissan no Brasil, Marco Silva, reconhece que a realidade do País não ajuda na discussão. “Ontem mesmo recebi questionamentos sobre como está a situação por aqui”.

 

Apesar da dificuldade em atrair recursos, sobretudo após a montadora desembolsar quase R$ 3,5 bilhões desde que começou a construção da fábrica, inaugurada há quatro anos em Resende (RJ), Silva diz que não fez cortes na programação de investimento enviada ao Japão.

 

Inicialmente, a ideia era que essa definição saísse no fim de 2017. Silva conta que, quando fechou, entre fevereiro e março, o planejamento estratégico deste ano, já havia uma expectativa de que os resultados seriam afetados pela eleição, mas a greve dos caminhoneiros acentuou as incertezas no campo político.

 

Silva, que ontem participou, em São Paulo, de seminário realizado pela publicação AutoData, diz que a prioridade agora é rever gastos e buscar ganhos de produtividade, colocando de lado planos de aumento de produção. “Chegamos a pensar em abrir o terceiro turno de produção, mas isso terá de esperar”. (O Estado de S. Paulo/Eduardo Laguna)