O Estado de S. Paulo
A Fiat Chrysler Automobiles (FCA) vai investir R$ 14 bilhões na América Latina nos próximos cinco anos. Mais de 90% do montante será gasto no Brasil, país que reponde por 54% das vendas na região. O grupo fará 25 lançamentos, entre renovações de linhas, veículos inéditos e alguns importados. A marca Fiat terá 15 novidades e a Jeep, 10.
Na lista dos novos produtos, três serão utilitários-esportivos (SUVs) da Fiat, introduzindo assim a marca italiana na disputa pelo seguimento que mais cresce em vendas no País. Serão pelo menos três modelos, um na faixa dos compactos, um médio e outro de maior porte, “direcionado a famílias”, informa o presidente da FCA na América Latina, Antonio Filosa.
Para a marca americana Jeep, já focalizada nesse segmento, está prevista a produção de outro SUV, mais robusto que a versão de grande porte projetada para a Fiat, que não terá tração nas quatro rodas.
O pacote inclui também versões aventureiras do Argo, produzido em Betim (MG), a renovação do Cronos, feito na Argentina, e uma picape de grande porte com a marca RAM, que será introduzida no País. O veículo está em desenvolvimento e o local de produção ainda será definido e o Brasil estará na disputa.
Com os novos produtos, Filosa quer a FCA de volta à liderança do mercado brasileiro (na soma de vendas das duas marcas), posição que, diz ele, deve ser conquistada ainda este ano.
Ele acredita que a Fiat, sozinha, deve voltar ao posto de líder – que ocupou por 14 anos até 2015 – só em 2020, quando tiver uma linha de produtos renovada, inclusive com a chegada dos SUVs. Hoje a marca está em terceiro lugar no ranking.
A disputa será grande, pois a General Motors, atual líder em vendas, pretende segurar seu posto também com uma linha renovada e acrescida de SUVs, estratégia similar à da Volkswagen, hoje a segunda da lista.
O plano está incluído no investimento global de ¤ 45 bilhões (cerca de R$ 199 bilhões) anunciado pelo grupo na Itália no dia 1º. Filosa ressalta que o aporte destinado ao Brasil tem como premissa a aprovação do programa Rota 2030, “que pode gerar para o País desenvolvimento ímpar para a indústria automobilística e toda sua cadeia”.
O Rota 2030 é o novo regime automotivo, com benefícios e metas para o setor nos próximos 15 anos. O programa deveria ter entrado em vigor em janeiro, mas está parado nas mãos do governo que já marcou e desmarcou várias datas para o lançamento. A última previsão é de que ocorra nesta semana.
Ao contrário do plano quinquenal anterior, que incluiu a construção da fábrica da Jeep em Goiana (PE), o novo programa terá muito pouco de investimento em ampliação de capacidade. “Isso é o que menos precisamos no momento, pois temos parque instalado com capacidade para mais de 1 milhão de unidades por ano”, diz Filosa.
A fábrica pernambucana, contudo, opera em três turnos e, se o mercado demandar, terá sua capacidade ampliada de 250 mil para 350 mil veículos anuais. O projeto inclui ainda a atração de novos fornecedores nas proximidades da fábrica.
A maior parte do investimento será voltada aos novos produtos, novas tecnologias, automação e maior inserção das fábricas no mundo digital (Indústria 4.0), informa o executivo.
Elétricos
Do plano global, € 9 bilhões serão para eletrificação e automação de modelos da marca. Segundo Filosa, o Brasil poderá importar carros dessa categoria e até produzir, dependendo do que for estabelecido no Rota 2030. Adianta, contudo, ser “apaixonado pelo etanol”, e defende seu uso em carros híbridos e a célula de combustível.
A FCA deve vender este ano cerca de 700 mil veículos na América Latina, volume que deve chegar a 1 milhão em 2022.
Filosa esteve ontem, segunda-feira, 25, com concessionários da Jeep e da Fiat – que vinham demonstrando insatisfação com a falta de SUVs na gama e com a alta das vendas diretas, feitas pela fábrica a frotistas. Avisou que a empresa vai crescer no varejo, mas quer continuar líder em vendas diretas.
Antonio Filosa
A disputa será grande, pois a General Motors, atual líder em vendas, pretende segurar seu posto também com uma linha renovada e acrescida de SUVs, estratégia similar à da Volkswagen, hoje a segunda da lista.
O plano está incluído no investimento global de R$ 45 bilhões (cerca de R$ 199 bilhões) anunciado pelo grupo na Itália no dia 1º. Filosa ressalta que o aporte destinado ao Brasil tem como premissa a aprovação do programa Rota 2030, “que pode gerar para o País desenvolvimento ímpar para a indústria automobilística e toda sua cadeia”.
O Rota 2030 é o novo regime automotivo, com benefícios e metas para o setor nos próximos 15 anos. O programa deveria ter entrado em vigor em janeiro, mas está parado nas mãos do governo que já marcou e desmarcou várias datas para o lançamento. A última previsão é de que ocorra nesta semana.
Ao contrário do plano quinquenal anterior, que incluiu a construção da fábrica da Jeep em Goiana (PE), o novo programa terá muito pouco de investimento em ampliação de capacidade. “Isso é o que menos precisamos no momento, pois temos parque instalado com capacidade para mais de 1 milhão de unidades por ano”, diz Filosa.
A fábrica pernambucana, contudo, opera em três turnos e, se o mercado demandar, terá sua capacidade ampliada de 250 mil para 350 mil veículos anuais. O projeto inclui ainda a atração de novos fornecedores nas proximidades da fábrica.
A maior parte do investimento será voltada aos novos produtos, novas tecnologias, automação e maior inserção das fábricas no mundo digital (Indústria 4.0), informa o executivo. Elétricos. Do plano global, ¤ 9 bilhões serão para eletrificação e automação de modelos da marca. Segundo Filosa, o Brasil poderá importar carros dessa categoria e até produzir, dependendo do que for estabelecido no Rota 2030. Adianta, contudo, ser “apaixonado pelo etanol”, e defende seu uso em carros híbridos e a célula de combustível.
A FCA deve vender este ano cerca de 700 mil veículos na América Latina, volume que deve chegar a 1 milhão em 2022.
Filosa esteve ontem com concessionários da Jeep e da Fiat – que vinham demonstrando insatisfação com a falta de SUVs na gama e com a alta das vendas diretas, feitas pela fábrica a frotistas. Avisou que a empresa vai crescer no varejo, mas quer continuar líder em vendas diretas.
“Investimento tem como premissa a aprovação do programa Rota 2030, que pode gerar para o País desenvolvimento ímpar para a indústria”.
“Isso (ampliação de capacidade) é o que menos precisamos, pois temos parque com capacidade para mais de 1 milhão de unidades por ano”, presidente da FCA na América Latina. (O Estado de S. Paulo/Cleide Silva)