Futuretransport
A Coreia do Sul despontou, cerca de 15 anos atrás, como um dos maiores exportadores de veículos do mundo. A qualidade, durabilidade e confiança dos seus produtos impressionaram o consumidor do mundo inteiro, entre eles o brasileiro, que aprendeu a admirar os carros de acabamento indiscutível.
O complexo Kia-Hyundai conta com uma estrutura verticalizada na Coreia, o que ajuda a obter uma escala impressionante de produção. Com foco e investimento em tecnologia, rapidamente os veículos daquele país ganharam consumidores pela versatilidade de opções, que atendem a variados públicos.
O Brasil ganhou uma fábrica coreana, além de operar por muito tempo em parceria CKD com a Caoa. Mas a produção sempre foi centrada no país asiático. Pois bem, por que a Coreia nunca temeu concentrar a produção industrial em seu solo, já que a qualquer hora poderia haver uma guerra nuclear com a vizinha Coreia do Norte?
Porque qualquer pessoa bem informada sabia que esse movimento bélico nunca passou de uma mentira. Qualquer executivo coreano que veio a Brasil sempre declarou que o movimento dos vizinhos nunca passou de uma encenação.
Um grande executivo da Ssangyong afirmou abertamente, aos risos, que tudo era teatro, como pressão política, tanto de um lado quanto de outro. “É impressionante que o mundo imprima tantas manchetes, quando sabemos internamente que se trata de um jogo político”, disse num evento. “Seul nunca deixou de ser uma cidade segura tanto para a produção industrial, quanto para o seu povo e turistas”, assegurou.
É inegável que houve algum esforço diplomático. Mas ele faz parte do grande teatro global em que os líderes atuam para iludir a plateia. Por isso, é de se admirar ainda tanto espaço dado pela mídia local e global para dois líderes oportunistas que confundem o grande público.
Com pesado investimento em educação e nunca acreditando em balelas, a Coreia seguiu em frente. E hoje mostra para o mundo seu potencial, que não para de crescer em todos os campos, principalmente em mobilidade e comunicações. Claro que houve ajuda norte-americana, mas eles fizeram a lição de casa e aproveitaram tudo.
Com sua indústria operando no conceito 4.0, a Coreia engole competidores e amplia mercado. Sem guerra com seus vizinhos, o Brasil patina e se autodestrói. Quem diria que os coreanos, 30 anos atrás, miravam-se no Brasil como exemplo. Ficamos para trás. E eles não param de subir, ainda mais agora que se afasta o risco da pseudoguerra com o acordo entre os EUA e Coreia do Norte. (Futuretransport/Wagner Oliveira)