Metro Brasil
Um carro brasileiro com “indisfarçável gosto europeu”. Era dessa forma que o Volkswagen Brasília, que completa hoje 45 anos de lançamento, era anunciado em catálogos na década de 1970.
O veículo, que foi batizado com esse nome em homenagem à capital do país inaugurada 13 anos antes, foi um dos primeiros da montadora a serem projetados fora de sua matriz, na Alemanha – o primeiro foi o SP2, um ano antes do aniversariante. A proposta da Brasília, na visão do então presidente da Volkswagen do Brasil, Rudolf Leiding, era ser um fusca adaptado ao mercado nacional – com maior espaço interno e design com linhas retas, moderno para a época.
Com versões entre 1973 e 1982, o carro teve um pouco mais de 1 milhão de exemplares produzidos no Brasil, nas fábricas da empresa em São Bernardo e em Taubaté. Quando foi anunciado, era apelidado pela imprensa de “anti-Chevette” – em referência ao seu principal concorrente, da GM, que havia sido lançado no mês anterior.
Segundo o presidente do Automóvel Clube de São Caetano, Balbo Santarelli, a Brasília era um carro querido por famílias, por ser espaçoso. “Os jovens também adoravam a Brasília. Como tínhamos poucos carros na década de 1970 fabricados no Brasil, era uma opção para a garotada envenenar, que era como falavam na época”, disse, se referindo a modificações no veículo.
As primeiras Brasílias que saíam do ABC tinham em seu volante um brasão da cidade de São Bernardo, como forma de exaltar a “capital do automóvel”, apelido que recebeu após a inauguração da fábrica da Volks em 1959, durante o governo Juscelino Kubitschek.
Quarenta e cinco anos depois, uma boa parte das Brasílias continua em circulação no Estado de São Paulo – segundo o Detran-SP, 330 mil exemplares estão registrados. O destaque é para a capital paulista, com 136 mil veículos. Já São Bernardo, cidade que foi berço da Brasília, tem 6,3 mil. (Metro Brasil/Luccas Balacci)