O Estado de S. Paulo
A greve dos caminhoneiros que paralisou várias atividades no País derrubou a produção, as vendas e as exportações de veículos em maio. Por falta de peças, todas as montadoras suspenderam atividades durante uma semana e entre 70 mil e 80 mil veículos deixaram de ser produzidos no período.
Foram feitos 212,3 mil automóveis, comerciais leves, caminhões e ônibus, queda de 20,2% ante abril. Em relação a maio de 2017 houve recuo de 15,3%, interrompendo sequência de 18 meses seguidos de crescimento no comparativo interanual.
O presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), Antonio Megale, diz que serão necessários de dois a três meses para recuperar a produção perdida. “Temos condições de recuperar essa perda com trabalho aos fins de semana e horas extras”. Segundo dados divulgados nesta quarta-feira, 06, no acumulado de janeiro a maio a produção aumentou 12,1% em relação a igual intervalo de 2017, para 1,178 milhão de unidades.
A greve impediu o embarque de 15 mil carros. Foram exportados 60,7 mil veículos, 17% menos ante abril e também ante maio de 2017. No ano ainda há crescimento de 1,6%, para 314 mil unidades. Em valores, as exportações somam US$ 7,2 bilhões, 19,5% superior a 2017.
Empregos
As vendas internas também foram prejudicadas pela greve. “Perdemos 25 mil unidades que poderiam ter sido licenciadas se tivéssemos seguido o ritmo de crescimento observado antes”, calcula Megale. A venda de 201,9 mil veículos foi 7,1% inferior a de abril, mas superou em 3,2% a de um ano atrás. A alta acumulada é de 17%, com 964,7 mil unidades.
O único dado positivo no mês passado foi o de empregos. Com a abertura de 616 vagas, o setor emprega agora 132,4 mil funcionários. (O Estado de S. Paulo/Cleide Silva)