O Estado de S. Paulo
A economia brasileira este ano vem evoluindo a um ritmo mais lento do que se esperava, mas continua firme na rota da retomada. Em teleconferência com jornalistas estrangeiros, o ministro da Fazenda, Eduardo Guardia, apresentou um dado animador: os investimentos no País, mola mestra da economia, aumentaram 8% no primeiro quadrimestre em relação ao mesmo período de 2017. Essa elevação já era indicada pelas importações de bens de capital, que aumentaram 36,2% em abril deste ano.
Os dados tornam-se mais relevantes quando se considera que a taxa de investimento no País vinha registrando queda desde 2014. Em 2017, por exemplo, essa taxa recuou 1,8% no confronto com o ano anterior. Como proporção do Produto Interno Bruto (PIB), a taxa ficou em 15,6%, a mais baixa desde 1996, início da série histórica calculada pelo IBGE.
Também na comparação entre os primeiros quatro meses deste ano com idêntico período de 2017, o consumo de bens duráveis teve alta de 16%, informou o ministro. Isso demonstra a força da descompressão da demanda, que começou com o aumento de contratações nos últimos meses, embora o nível de desemprego se mantenha ainda muito elevado e deva levar mais tempo para ter uma redução significativa.
Para ter uma visão mais acurada sobre o ritmo de atividade econômica, a Secretaria de Política Econômica do Ministério da Fazenda elaborou um estudo sobre a evolução dos investimento ampliados, conceito que leva em conta os gastos com a compra de carros e bens duráveis domésticos mais caros, além de investimentos na construção civil, na aquisição de máquinas e equipamentos, novas instalações, transporte e outros serviços. Esse critério mais inclusivo é usado internacionalmente, mas não é aplicado pelos órgãos estatísticos do País.
Verificou-se, segundo o titular da Secretaria, Fabio Kanczuk, que os investimentos ampliados cresceram 3,8% no primeiro trimestre deste ano em relação ao último de 2017. Na passagem do terceiro para o último trimestre do ano passado, apurou-se alta de 3,7%.
Vê-se, por esse termômetro, que o volume de investimentos vem tendo impulso desde o final do ano passado, e a expectativa é que não perca o pique de agora em diante. (O Estado de S. Paulo)