AutoIndústria
O tão esperado programa Rota 2030, que deve sair nos próximos dias, prevê a redução do IPI do carro elétrico dos atuais 25% para uma faixa de 7% a 18%, dependendo da motorização. Por enquanto não haverá alteração na alíquota do veículo híbrido, que continuará pagando os 25%.
A informação é do presidente da Abeifa, Associação Brasileira das Empresas Importadoras e Fabricantes de Veículos Automotores, José Luiz Gandini, que participou da reunião com o presidente Michel Temer e outros representantes do setor no dia 24 de abril em Brasília.
Na quinta-feira, 3, Gandini divulgou o balanço das vendas de importados em abril e no quadrimestre e aproveitou para falar da importância do Rota 2030, que trará previsibilidade ao setor.
Ainda sobre os elétricos e híbridos, lembrou que no primeiro caso há isenção do Imposto de Importação. Já os híbridos pagam entre 2% e 7% dessa alíquota, que é de 35% para todos os demais veículos. O presidente da Abeifa disse não ter detalhes de como será o escalonamento do IPI entre 2% e 8% apara os elétricos previsto na nova política setorial automotiva.
A intenção da presidência da República, segundo Gandini, era divulgar o Rota 2030 na sexta-feira, 4. Mas na quinta-feira ainda havia pendências que seriam tema de reunião entre os ministérios da Casa Civil e da Indústria, Desenvolvimento e Comércio Exterior (MDIC) na parte da tarde, ou seja, faltavam definições importantes para que o programa finalmente saísse do papel. “Está tudo do mesmo jeito”, comentou Gandini após contato telefônico com representantes do MDIC que tratam do Rota 2030.
O maior impasse para a conclusão do programa refere-se aos incentivos para Pesquisa e Desenvolvimento. O Ministério da Fazenda é contra qualquer perda de arrecadação de impostos e já descartou, segundo Gandini, a proposta de se alterar a Lei do Bem, que prevê crédito no Imposto de Renda, para beneficiar o setor.
Apesar das inúmeras postergações da divulgação do Rota 2030 – que a princípio era previsto para agosto do ano passado – e de ainda haver indefinições com relação ao programa, o presidente da Abeifa está confiante quanto à sua aprovação até no máximo a semana que vem.
O empresário, inclusive, defende uma penalidade para quem não aderir ao Rota 2030, por considerar essencial a previsibilidade de normas para o setor:
“Com o Inovar-Auto houve avanços importantes em termos de eficiência energética e segurança veicular. Se não tivermos normas, o mercado fica aberto para carros com parâmetros inferiores aos comercializados hoje no País, que podem inclusive chegar com preços mais baixos, gerando concorrência desleal”. (AutoIndústria/Alzira Rodrigues)