Aceleram-se produção e vendas de motos

O Estado de S. Paulo

 

Apesar do grande número de motocicletas que trafegam pelas ruas, a produção e vendas desses veículos não escapou da forte retração que atingiu praticamente todo o parque industrial instalado no País. Só agora esse setor começa a se recuperar. Segundo dados da Associação Brasileira de Fabricantes de Motocicletas, Ciclomotores, Motonetas, Bicicletas e Similares (Abraciclo), a produção de motocicletas alcançou 259.537 unidades no primeiro trimestre, um crescimento de 12,2% em relação aos primeiros três meses de 2017 (231.381). As vendas por atacado no mercado interno registraram um aumento de 8,4%, atingindo 234.003 unidades, e as exportações avançaram nada menos de 39,37%, chegando a 23.320 unidades, sempre no primeiro trimestre em confronto com o mesmo período de 2017.

 

“Há tempos não começávamos um ano com um horizonte tão positivo. Isso nos anima e nos deixa confiantes com relação aos indicadores dos próximos meses”, afirma Marcos Fermanian, presidente da Abraciclo. A sua projeção é de que a produção de motos, quase totalmente concentrada no Polo Industrial de Manaus (PIM), deve crescer 5,9% no acumulado de 2018.

 

Os modelos de motos mais utilizadas no País, na cidade e no campo, têm sido o “street”, de baixa cilindrada e destinado a uso urbano, com 51,2% das vendas, e o “trail”, de baixa ou média cilindrada para uso em diversos tipos de terreno (22,1% das vendas). A frota nacional desse tipo de veículos, como informa a Abraciclo, é superior a 26 milhões de unidades, já sendo comum, além do uso intenso nas cidades, o emprego desses veículos nas áreas rurais em substituição a animais de tração, como o burro e o jumento.

 

Com a aceleração do ritmo de atividade e a esperada melhora das condições de crédito, prevê-se também grande renovação da frota, que em milhares de casos em todo o País, segundo os especialistas, já ultrapassou a sua vida útil em termos de quilometragem rodada.

 

Deve-se notar também que a presença cada vez maior das motos fabricadas no País em mercados externos, com grandes vendas para a Argentina e países vizinhos, bem como a penetração em alguns mercados novos, como o da Austrália, estão a demonstrar a capacidade desse setor industrial de competir internacionalmente, apesar do ônus do custo Brasil. (O Estado de S. Paulo)