AutoIndústria
Assim como no Brasil, a indústria automobilística da Argentina teve um primeiro trimestre digno de comemorações. O período mostrou curvas ascendentes para produção, vendas internas e exportações.
No acumulado dos três primeiros meses, as montadoras instaladas no país vizinho produziram 110,6 mil automóveis e comerciais leves, crescimento de 20% sobre o mesmo período do ano passado. Somente em março, deixaram as linhas de montagem 49,6 mil veículos, 25%,2% a mais do que no mesmo mês de 2017.
As exportações têm parte relevante no resultado. No mês passado, responderam por mais da metade da produção, com 27,7 mil unidades embarcadas, expressivo crescimento de 58,2% sobre igual mês do ano passado.
Quase a mesma relação se dá no acumulado do ano, quando foram exportadas mais de 57,3 mil unidades, avanço de 42,7% frente ao primeiro trimestre de 2017. Para o Brasil seguiram mais de 40,2mil, 70% do total.
Luiz Fernando Peláez Gamboa, presidente da Adefa, a associação dos fabricantes de veículos argentinos, entende que o ritmo mais acelerado das linhas de montagem e os números positivos depois de três anos se devem ao bom momento do Brasil, principal destino dos carros argentinos, mas também a mercados fora do Mercosul e à “melhora da demanda interna”.
No atacado, as vendas de veículos para os consumidores argentinos superaram 217,7 mil unidades no acumulado de janeiro a março, 16,4% a mais do que em igual período do ano passado. Em março, as redes de concessionárias absorveram 79,5 mil veículos, crescimento de 15,4% na comparação com março de 2017.
“Os números que estamos registrando mês a mês referendam o compromisso e o trabalho que vem sendo feito em nível setorial e nas mesas onde foi conformado o Plano 1 milhão”, afirma Gamboa, em referência ao plano apresentado pelo governo aos fabricantes, fornecedores de autopeças e sindicatos no começo do ano passado e que objetiva que a indústria argentina esteja produzindo 1 milhão de veículos ao ano a partir de 2023.
O desafio é enorme. Seria a primeira vez que a indústria local superaria a marca. No ano passado, foram fabricados na Argentina 472 mil veículos e a projeção da Adefa é de avanço de 20% este ano, para algo perto de 565 mil unidades.
Uma etapa intermediária seria produzir 750 mil unidades já a partir do ano que vem. Mesmo este patamar é um fato raro. Nos últimos 26 anos, apenas duas vezes esse número foi alcançado.
Para chegar à marca de 1 milhão de unidades anuais, sugere o governo, a indústria teria que exportar perto de 35% do total para mercados externos ao Mercosul, meta talvez até mais ambiciosa do que a da própria produção. Afinal, na última década, de cada quatro veículos argentino encaminhados aos portos com destino ao exterior, três seguiram para o Brasil. (AutoIndústria)