Jornal do Carro
A Volkswagen não está de brincadeira no Brasil. A Fiat é um “problema” que já foi deixado para trás na escalada rumo à liderança. Agora, a Volks se aproxima perigosamente da Chevrolet.
Em março, a vantagem da Chevrolet ante a Volks foi de menos de 2 mil unidades. A americana vendeu no Brasil 30.573 automóveis e comerciais leves. A alemã somou 28.870 emplacamentos.
A ameaça existe? Pode ser. A aproximação da Volks no mês passado foi brutal. Para comparação, em fevereiro, a vantagem da Chevrolet havia sido de quase 6,5 mil unidades.
Em janeiro, a americana vendeu quase 8,2 mil carros a mais que a Volks.
Por outro lado, o Onix teve um mês bem abaixo da média em março. Em janeiro, ele havia registrado mais de 16 mil unidades vendidas. No mês passado, os emplacamentos caíram para a casa dos 12 mil exemplares.
Porém, a vantagem ante os concorrentes foi mantida. Fevereiro é um mês em que as vendas de todos os modelos tende a cair, por ser um mês com menos dias, fato intensificado pelo feriado de carnaval.
Em março, no entanto, as 12.920 unidades vendidas são um sinal de alerta. Isso porque a soma de Ka e HB20, respectivamente segundo e terceiro colocados, supera as 18 mil unidades. No ano passado e no início de 2018, essa soma não conseguia chegar ao total de emplacamentos do Onix.
No entanto, é preciso ver como será o resultado do Onix nos próximos meses. Não há nenhuma razão evidente para a queda do carro – chegada de novos concorrentes, por exemplo. O mais provável é que o Chevrolet tenha passado por um mês atípico, abaixo da média, algo comum de ocorrer com diversos modelos do mercado.
Por ora, vale destacar que a Chevrolet leva vantagem de pouco mais de 14 mil unidades no acumulado do ano.
Volks x Chevrolet
Se o Onix voltar a vender como nos meses anteriores, a missão rumo à liderança da Volks será mais complicada. Impossível, não. Isso porque a marca está ganhando muito espaço no mercado (cresceu mais de 17% em março) com a chegada de novos modelos.
Além disso, tem lançamentos importantes previstos para este e o próximo ano.
Lançado em novembro, o Polo foi em março o sexto carro mais vendido do Brasil. O Gol foi o sétimo. A Volkswagen contra-ataca com o primeiro e quarto colocados no ranking (Onix e Prisma).
No entanto, a Volks acaba de lançar o Virtus, que está sendo bem aceito (e já superou seu principal rival na linha Chevrolet, o Cobalt). Entre as picapinhas, a Saveiro, da VW, também leva ampla vantagem ante a Montana.
Já entre as picapes grandes, a S10 se dá melhor que a Amarok. Entre os sedãs médios, o Cruze também vende mais que o Jetta, mas a VW pode virar o jogo a partir do meio do ano, com a chegada da nova geração do sedã.
As armas da Volks
Os principais trunfos da Volks, no entanto, são os modelos que ainda não foram lançados. A nova geração do Tiguan chega em abril tomando o Compass, líder dos utilitários-esportivos no Brasil, como “espelho”.
Além de trazer versão de sete lugares, o que é quase uma exclusividade no segmento, terá, segundo fontes, preço semelhante ao do Jeep.
O Tiguan vai conseguir obter os mesmos volumes do Compass? Provavelmente não, pois virá do México, em volumes mais limitados. Porém, é bem provável que supere, com folgas, seu rival direto na linha Chevrolet, o Equinox. Esse modelo vende média de 450 unidades ao mês.
A Volks terá também, possivelmente até o fim deste ano, um SUV compacto, a ser feito no Brasil. Trata-se da versão nacional do T-Cross, e a meta é clara: concorrer com os líderes (HR-V, Creta, Kicks e cia).
O Tracker, SUV compacto da Chevrolet, está vendendo bem neste ano – de 2 mil a 2,5 mil unidades ao mês. Mas ele também vem do México, com volumes mais limitados. Tanto que a marca já planeja um SUV compacto “made in Brazil”.
Resta saber qual dos dois virá primeiro, o Volks ou o Chevrolet, pois sair na frente no segmento de SUVs compactos vai ser uma vantagem e tanto nesta briga.
Volks e Chevrolet também lançarão, até 2019, novas picapes. A maior vantagem da alemã, porém, será o SUV médio feito na Argentina, tendo como principal alvo o mercado brasileiro. Nesse caso, a ambição pode ser o volume de vendas do Compass. O que a Chevrolet vai fazer a respeito? (Jornal do Carro)