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Os empréstimos por bancos de montadoras devem alcançar R$ 25 bilhões no primeiro trimestre deste ano, alta de 10% em relação a igual período de 2017. A expectativa é de que o maior apetite traga prazos mais longos e demanda pelo chamado “plano balão”.
Só em janeiro – segundo dados da Associação Nacional das Empresas Financeiras de Montadoras (Anef) – foram liberados R$ 9,7 bilhões em operações de Crédito Direto ao Consumidor (CDC), um aumento de 34% frente o registrado no mesmo mês de 2017 (R$ 7,2 bilhões).
“Os fatores econômicos positivos poderão contribuir com maior interesse dos bancos nos financiamentos, oferecendo prazos mais dilatados e diferentes disposições das prestações, como é o caso dos planos balão”, afirma Luiz Montenegro, presidente da Anef e do Banco Toyota.
Esse tipo de plano funciona com uma entrada de 10% a 30%, o pagamento do saldo em até 36 parcelas e uma última prestação de 40% a 50% – onde parte do dinheiro quita o empréstimo e a sobra serve como entrada para um novo carro zero-quilômetro.
“A expectativa é favorável e os financiamentos devem superar em mais de 10% o volume de igual trimestre de 2017, alcançando cerca de R$ 25 bilhões”, completa Montenegro.
Ao mesmo tempo, apesar das quedas consecutivas na taxa básica de juros (Selic) – atualmente em 6,5% – as incertezas acerca da política doméstica ainda traz cautela na atuação dos credores.
“O descolamento entre a economia e a política foi o tempero diferente que precisávamos. Claro que as questões políticas preocupam, mas não podemos ficar parados”, comenta o presidente da Honda Serviços Financeiros, Marcos Zaven Fermanian.
Já o diretor do Itaú Unibanco, Rodnei Bernardino de Souza, completa que a recuperação do mercado e as parcerias do banco com Mitsubishi Motors e a Fiat traz bons frutos.
“Esse modelo agrega valor ao nosso negócio e possibilita a oferta de benefícios exclusivos, como taxas personalizadas e novas experiências, o que gera mais eficiência para a cadeia”, destaca o diretor.
Recursos às empresas
O cenário para pessoas jurídicas, por outro lado, continua em baixos patamares. Segundo dados da Anef, o aumento foi superior a 95% nas operações para empresas (de R$ 606 milhões para R$ 1,2 bilhão).
“As condições são favoráveis e a melhoria do cenário proporcionará o retorno gradual à contratação de novas linhas de crédito”, avalia o gerente de financiamento de automóveis e vans do Banco Mercedes-Benz, Alfredo Tucunduva.
“As pessoas jurídicas tem demonstrado um certo retorno, mas devem preferir retomar as operações de leasing, modalidade mais adequada para as empresas”, completa Montenegro, da Anef.
As operações de Leasing somaram R$ 129 milhões em janeiro, sendo que 77,5% (R$ 100 milhões) foram voltados para pessoas jurídicas. (DCI)