Rede Brasil Atual
Montadoras de veículos na base do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, em São Bernardo do Campo, não funcionaram no último dia 9/3, dia nacional de protesto convocado pelas centrais sindicais contra a “reforma” da Previdência. No total, incluindo outras das principais fábricas da região, a entidade, filiada à CUT, estima que o movimento atingiu 53 mil dos 70 mil trabalhadores na base. Várias categorias fizeram paralisações e protestos.
“Tivemos um número bem expressivo, o que mostra que este é um tema extremamente importante para o trabalhador”, afirmou o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos, Wagner Santana, o Wagnão. “Ele toca naquilo que é um direito muito caro às pessoas, o direito legítimo de ter assegurada sua aposentadoria, depois de trabalhar uma vida inteira, e que esta lhe garanta um descanso em condições dignas.”
Para ele, o dia nacional deu um recado aos parlamentares. “Eles estão vendo que o povo é contra a reforma e que está todo mundo de olho neles. As eleições estão aí. Quem votar a favor, não volta”, afirmou.
O movimento atingiu também o setor financeiro das principais áreas do país, em São Paulo e no Rio de Janeiro. “Os bancários participaram da greve, uma resposta da categoria que não aceita a reforma da Previdência. Essa união tem conseguido barrar até agora esse ataque à aposentadoria pública e não sairemos das ruas enquanto ela não for definitivamente encerrada”, afirmou a presidenta do sindicato da categoria em São Paulo, Osasco e Região, Ivone Silva. “No que depender dos bancários, a reforma está enterrada”, acrescenta a presidenta do sindicato do Rio, Adriana Nalesso.
Ele avalia que, sem os votos necessários, o governo usa a “estratégia de desvio de atenção do tema com a intervenção militar” no Rio. “Nós temos condições de pressionar os congressistas em ano de eleição. Nossa categoria tem consciência disso e está mobilizada.”
A CUT de São Paulo informou que às 8h30 desta segunda-feira a hashtag #QueroMeAposentar já havia alcançado os trend topics no Twitter.
Servidores
À tarde, servidores públicos municipais se concentraram na Praça do Patriarca, região central da capital, ao lado da prefeitura, para um protesto contra a reforma que a gestão João Doria (PSDB) pretende realizar e que os funcionários chamam de “PL do extermínio”. O ato foi promovido pelo Sindsep (servidores) e Simpeem (profissionais do ensino). Depois, todos seguiram em passeata para a manifestação diante do Masp, na Avenida Paulista, iniciada após as 16h.
De acordo com o Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (Apeoesp), até o início da tarde pelo menos 40% da categoria havia aderido à paralisação. Em Santo André, no ABC, docentes do ensino privado fizeram protestos no calçadão da região central.
Ainda no ABC, uma passeata foi organizada pela Frente Brasil Popular, iniciada diante do Sindicato dos Trabalhadores na Construção Civil, em São Bernardo. Motoristas de Santo André e Diadema bloquearam terminais, enquanto trabalhadoras em confecção fizeram ato na entrada da Valisere.
Transportes
Houve também paralisação de motoristas de ônibus em linhas municipais e intermunicipais de Guarulhos, na região metropolitana de São Paulo. Em Sorocaba, no interior, e em outras cidades, o protesto atingiu motoristas de ônibus e empresas de transporte de fretamento e cargas. No mesmo município, pela manhã, cruzaram os braços trabalhadores em coleta de lixo.
Ainda de acordo com a CUT, petroleiros paralisaram atividades nos terminais de São Caetano (ABC), na Transpetro (Guarulhos) e nas refinarias de Paulínia (Replan), no interior, e de Capuava (Recap), em Mauá, no Grande ABC, com participação de trabalhadores diretos e terceirizados.
Trabalhadores do ramo químico fizeram protesto em várias regiões. Na capital, a manifestação se concentrou na Avenida das Nações Unidas, em Santo Amaro, zona sul, com atraso no primeiro turno da Avon. Isso ocorreu também na Faurecia, em São Bernardo, e na UCI Farma – que vem atrasando salários.
Centrais e movimentos sociais fizeram protestos pela manhã no Aeroporto de Congonhas, na zona sul de São Paulo. A Central de Movimentos Populares (CMP) promoveu “trancaço” na Rodovia Anchieta, que liga São Paulo à Baixada – o ato foi próximo à Avenida das Juntas Provisórias, no bairro do Ipiranga, também na zona sul paulistana.
Em Suzano, na Grande São Paulo, diversas categorias (metalúrgicos, servidores públicos municipais, professores, trabalhadores da refeição coletiva, da construção civil e papeleiros) se concentraram na Praça dos Expedicionários, na região central. Depois fizeram passeata.
As atividades no estado de São Paulo incluíram ainda panfletagem na Alfândega de Santos e protestos diante da superintendência do INSS. Houve ainda debate com a população no centro de São Vicente, também na Baixada Santista. Em Bauru e Presidente Prudente, no interior, foram realizados atos diante do INSS, e Campinas teve protestos em vários pontos. (Rede Brasil Atual)