MAN amplia produção no Brasil e deve abrir fábrica na Argentina

O Estado de S. Paulo

 

A MAN, fabricante de caminhões e ônibus da Volkswagen, opera no limite da capacidade produtiva em Resende (RJ), e deve iniciar um segundo turno de trabalho no próximo trimestre. Com alta nas vendas internas e nas exportações, a empresa também estuda abrir uma filial na Argentina, sua principal cliente externa.

 

Com a contratação de 300 pessoas neste ano, o complexo que reúne também fabricantes de autopeças emprega 3,5 mil funcionários e produz 130 veículos por dia. Para atender a demanda, eles fazem uma hora extra por dia e trabalham aos sábados.

 

“Estamos no limite, e o próximo passo terá de ser a abertura do segundo turno”, informa Roberto Cortes, presidente da MAN Latin America, que tomará a decisão a partir de abril.

 

No primeiro bimestre, a exportação de caminhões da MAN dobrou em volume, para 1.893 unidades, enquanto a de ônibus cresceu 85% ante igual período de 2017. A Argentina ficou com 30% das vendas externas. Como a previsão é de que o mercado seguirá crescendo, a empresa avalia uma fábrica local. O investimento sairia do plano de R$ 1,5 bilhão que o grupo tem até 2021.

 

A ideia é que a produção seja feita com peças exportadas do Brasil e adquiridas localmente, como ocorre na filial do México. As unidades da África do Sul e da Nigéria (aberta no início do ano) só fazem a montagem de CKDs (kits) enviados do Brasil.

 

A produção local também ajudará no equilíbrio da balança comercial do grupo Volkswagen, pois a MAN exporta para a Argentina, mas não importa nada. Ontem, o grupo apresentou no país o Delivery, caminhão de pequeno porte lançado no Brasil em outubro.

 

Desempenho

 

No mercado interno, as vendas da MAN quase dobraram, de 1.471 caminhões e ônibus no primeiro bimestre do ano passado para 2.917. O mercado total cresceu 59%, somando 10,3 mil unidades.

 

Ainda é uma recuperação lenta, diz Cortes, lembrando que a fábrica produziu 80 mil veículos em 2011. Em 2017 foram 26 mil. “De qualquer forma é um quadro bem diferente do que tínhamos na crise, quando a fábrica funcionava quatro dias por semana e havia 600 funcionários afastados”. (O Estado de S. Paulo/Cleide Silva)