Volkswagen: um escândalo que vai, outro que vem

Portal Exame

 

A montadora alemã Volkswagen realiza nesta terça-feira sua conferência global anual com a imprensa e com acionistas para divulgar os resultados consolidados do grupo em 2017.

 

O evento acontece em meio à persistência dos escândalos de emissão de gases que abalaram a empresa nos últimos anos, depois que ficou conhecido que carros da Volkswagen tinham softwares específicos que detectavam quando estavam sendo testados e reduziam as emissões de gases poluentes.

 

A montadora chegou a ser multada em 26 bilhões de dólares nos Estados Unidos pela prática, que, segundo a própria Volkswagen, aconteceu em mais de 11 milhões de carros pelo mundo.

 

O presidente da empresa, Matthias Müller, e o corpo executivo devem tentar se desvencilhar do passado e focar em pontos positivos hoje, como a melhora nos resultados. Segundo dados preliminares divulgados pela montadora, o lucro operacional cresceu 16,5% no último ano, para 20,9 bilhões de dólares.

 

A empresa vendeu mais carros em 2016 e 2017 do que qualquer outra montadora, o lucro voltou, os valores para lidar com processos e custos legais diminuíram.

 

O pagamento das multas ambientais impactou as contas de 2016 e 2015, quando a empresa teve de reservar 18 bilhões de dólares para pagar as multas do escândalo e apresentou um prejuízo de 6,2 bilhões de dólares, o maior de sua história.

 

A montadora também deve tentar focar no sedan Vizzion, um modelo espaçoso movido a eletricidade, que está em exposição na Feira Automobilística de Genebra até o dia 18 de março – uma promessa da Volkswagen após os escândalos explodirem em 2015. O carro deve começar a ser vendido oficialmente em 2022.

 

Mas o foco de jornalistas e analistas da empresa deve ir para os 3,95 bilhões de dólares que a Volkswagen reservou para arcar com “itens especiais” no ano passado, incluindo “despesas de recompra” e “grandes riscos legais”.

 

Há novos problemas no radar: no início do ano surgiram denúncias de que a Volkswagen e outras montadoras alemãs pagaram por testes que analisaram gases de carros movidos a diesel, alegando que as últimas tecnologias desses automóveis deixavam-nos menos nocivos.

 

Os automóveis fornecidos para os experimentos eram feitos para produzir menos poluição do que fariam na rua. Desse jeito fica difícil focar só na divulgação dos resultados. (Portal Exame)