O Estado de S. Paulo
O comportamento da indústria em janeiro de 2018, com queda da produção de 2,4% em relação a dezembro e alta de 5,7% em relação a janeiro de 2017, decorreu de resultados fracos nos Estados onde o setor secundário é mais forte, como São Paulo, Paraná e Rio Grande do Sul, que, junto com Santa Catarina, lideravam a retomada. Entre as razões desse desempenho está a queda da produção da indústria automobilística, mas informações recentes permitem supor que houve recuperação em fevereiro.
Entre dezembro de 2017 e janeiro de 2018, segundo a Pesquisa Industrial Mensal (PIM) Regional do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a produção caiu 4,5% no Paraná, 3,5% no Rio Grande do Sul e 3,3% em São Paulo. Entre os Estados mais industrializados, só em Minas Gerais houve bons resultados, com alta da produção de 1,4% entre dezembro e janeiro e de 4% entre janeiro de 2017 e janeiro de 2018.
Em janeiro de 2018, a participação paulista de 34% na indústria nacional determinou quase a metade do recuo da produção industrial no País. O boletim Análise Iedi, do Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi), chamou a atenção para a importância da indústria de São Paulo, “uma região toda especial devido à complexidade de seu parque industrial, cujos encadeamentos são capazes de melhor disseminar os impulsos positivos deste início de recuperação para um número maior de setores e de regiões, conferindo maior consistência ao processo de retomada”.
Mas nem a queda paulista de janeiro foi generalizada (foi puxada por veículos automotores, derivados do petróleo, metalurgia e borracha), nem os técnicos do IBGE mostraram pessimismo, admitindo só “algumas reduções de ritmo”.
Na comparação entre janeiro de 2017 e janeiro de 2018, continuou sendo expressivo o crescimento industrial paulista (7,5%) e gaúcho (6,6%). Se houve percalços em janeiro de 2018, os indicadores de longo prazo continuam a ser bons.
Entre dezembro de 2017 e janeiro de 2018, a produção industrial caiu em 8 dos 14 locais pesquisados, mas em alguns Estados (Pará, Amazonas, Goiás e Pernambuco, além de Minas Gerais) os dados foram muito positivos. É possível, portanto, que se esteja ingressando numa fase de recuperação industrial disseminada, o que seria bom sinal. (O Estado de S. Paulo)