O Estado de S. Paulo
A produção de carros no Brasil volta a se recuperar em 2017 e o País sobe uma posição no ranking dos maiores mercados do mundo. Os níveis de vendas, porém, ainda estão distantes do auge que atingiu entre 2012 e 2013.
Os dados foram apresentados ontem, pela OICA (Organização Internacional de Construtores Automotivos), durante o Salão do Automóvel em Genebra, um dos mais importantes do mundo. “Estamos satisfeitos que a recessão foi superada no Brasil”, afirmou o presidente mundial da OICA e ex-ministro de Transporte do governo alemão, Matthias Wissmann.
De acordo com os dados, o Brasil registrou uma expansão de 25% na produção, a maior entre os grandes produtores e depois de uma queda pronunciada.
Hoje, o país ocupa a posição de nono maior produtor mundial, com 2,69 milhões de unidades e superando a França. Em 2016, a indústria fabricou 500 mil unidades a menos. De acordo com a OICA, o Brasil chegou a ser o 7o maior produtor mundial em 2012. Mas, com a recessão, a produção encolheu em 11% e o país estava perto de sair a lista dos dez maiores fabricantes mundiais.
Hoje, o maior produtor de carros do mundo é a China, com 29 milhões de unidades, com uma expansão em 2017 de 3%. Nos EUA, o total chegou a 11 milhões e registrou uma queda acentuada de 8% na produção em 2017.
No caso do Brasil, não foi apenas a produção que voltou a subir. As vendas passaram de 2 milhões de unidades em 2016 para 2,2 milhões em 2017, uma alta ainda tímida e que mantém o Brasil como o oitavo maior mercado, superando Itália e Canadá.
A avaliação da entidade é de que as vendas estão ainda distantes de valores anteriores e que o Brasil voltou a ter dados de 2005. “Mas houve pelo menos uma reviravolta”, disse Wissmann. Em 2014, o Brasil era o quarto maior do mundo e, em 2012, chegou a vender 3,8 milhões de unidades.
Ainda assim, os sinais de recuperação no Brasil afetaram toda a América do Sul, que viu as vendas subirem em 12% – para 4,6 milhões de unidades. Em 2013, a região registrava um mercado de 6,3 milhões.
A produção regional aumentou em 2018 em 2017, para um total de 3,2 milhões de unidades.
A recuperação também foi registrada no mercado global. Wissmann indicou que o mercado de carros cresceu pelo oitavo ano consecutivo. Em 2017, as vendas aumentaram em 3,1%, com 96,8 milhões de veículos. Já a produção subiu em 2,4%. Para 2018, a tendência é de que o crescimento continue, mas em um ritmo menor de 1%.
“Estamos prestes a bater a marca de 100 milhões de unidades de carros por ano”, disse o executivo, que apontou para a China como o grande responsável pela expansão do setor. “Em 2000, a China tinha o tamanho do mercado da Holanda. Em 2005, era equivalente ao da Alemanha. Hoje, é o maior do mundo”, completou. (O Estado de S. Paulo/Jamil Chade)