Para Abeifa, Rota 2030 não é prioridade do governo e não tende a sair em 2018

Estado de Minas/Agência Estado

 

Um dos participantes das discussões em torno do Rota 2030, o presidente da Associação Brasileira das Empresas Importadoras e Fabricantes de Veículos Automotores (Abeifa), José Luiz Gandini, afirmou nesta segunda-feira, 5, que o atraso no anúncio do programa demonstra que o tema não é uma prioridade para o governo. “Eu acho que não sai este ano”, disse.

 

O Rota 2030 está sendo elaborado para ser a nova política para o setor automotivo, no lugar do Inovar-Auto, que expirou em 31 de dezembro de 2017.

 

A discussão para o novo programa começou no primeiro semestre no ano passado e o anúncio estava previsto inicialmente para o fim do ano passado. Sem uma definição em questões ligadas a incentivos fiscais, o anúncio ficou para fevereiro, o que não ocorreu. Não há mais prazo.

 

Na visão de Gandini, o Rota 2030 atrasou em um primeiro momento porque a prioridade do governo era aprovar a reforma da Previdência. Depois, passou a ser livrar o presidente Michel Temer das denúncias da Procuradoria-Geral da República. E agora é a questão da segurança no Rio de Janeiro. “O norte do governo não é o Rota 2030”, afirmou.

 

Para ele, o governo está empurrando a questão com a barriga porque entende que a indústria automobilística não precisa que o Rota 2030 seja anunciado agora. Além disso, afirmou, o novo titular do Ministério da Indústria, Marcos Jorge de Lima, não tem força política para enfrentar o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, em defesa das montadoras. “Nós sabemos que quem manda no País hoje é o Meirelles. Está tudo na mão da Fazenda”, disse.

 

Para Gandini, Meirelles está decidido em não dar incentivos fiscais para o setor. O empresário afirmou também que tanto o ministro da Indústria quanto Meirelles devem deixar os cargos para disputar as eleições, o que causará um novo atraso nas discussões. (Estado de Minas/Agência Estado/André Ítalo Rocha)