O Estado de S. Paulo
Durante a crise, os carros mais baratos foram os que mais perderam mercado. Isso ocorreu porque seu público-alvo, o consumidor de menor renda, foi o que mais sofreu com a alta do desemprego e, consequentemente, com a restrição ao crédito. Agora, com o Brasil voltando a gerar empregos formais, a maior oferta de crédito também tem chegado aos mais pobres, ainda que de forma mais lenta do que para os mais ricos.
“Está havendo um retorno gradual do consumidor de baixa renda ao mercado de veículos. E isso está sendo possível graças ao crédito”, explicou o consultor especializado em setor automotivo Valdner Papa, presidente da ConsultMotors.
O resultado disso é que o segmento mais barato do mercado de veículos, o de carros de entrada, voltou a crescer, com certo atraso em relação aos segmentos mais caros, que se recuperaram primeiro.
Os financiamentos aprovados para carros de entrada subiram 3,3% em setembro ante agosto, segundo dados da B3. Como consequência, a participação dos carros de entrada nos financiamentos saltou de 20% para 24%, na mesma comparação. A melhora foi capaz de fazer com que a taxa de aprovação de financiamentos para veículos (todos os segmentos), que durante a crise caiu para três a cada dez pedidos, desse um primeiro passo adiante e chegasse a 40%. (O Estado de S. Paulo)