Volkswagen quer mais do que dobrar produção no Brasil até 2020

O Estado de S. Paulo

 

De olho na retomada da economia, a filial da Volkswagen no Brasil planeja chegar a 2020 com um ritmo de produção de 800 mil veículos por ano, mais do que o dobro do volume alcançado no ano passado, de 324,8 mil unidades, mas ainda abaixo do auge registrado em 2010, de 1 milhão de unidades. Além disso, a empresa espera atingir, também até 2020, a liderança do mercado nacional ou, pelo menos, estar entre os primeiros, com uma participação de 16% ou 17%, ante 11% em 2016.

 

As metas foram anunciadas nesta quinta-feira, 16, pelo novo presidente da montadora no País, Pablo Di Si, em evento de lançamento do novo sedan da marca, o Virtus, em São Paulo. Para 2018, o executivo espera que o mercado total chegue a 2,5 milhões de unidades, o que representaria crescimento de 16% em relação à previsão para este ano.

 

Boa parte do otimismo da Volkswagen para os próximos três anos, segundo o executivo, é explicada pelos sinais de retomada da economia. “Os indicadores de curto prazo no Brasil são muito positivos. O trabalho feito com a inflação é fantástico, o crédito está crescendo a cada mês e, por seis meses seguidos, o desemprego está caindo. A economia descolou um pouco da política e está crescendo”, afirmou Di Si.

 

A Volkswagen foi a montadora que mais perdeu espaço no Brasil durante a queda do mercado de veículos nos últimos quatro anos, de 2013 a 2016. Enquanto as vendas do setor como um todo tiveram queda de 46% nesse período, as da Volkswagen recuaram 70%. Isso ocorreu porque a marca alemã é uma das que estão mais expostas ao consumidor de menor renda, que foi o mais afetado pela crise econômica.

 

Para apoiar a recuperação de mercado esperada até 2020, a Volkswagen planeja investir R$ 7 bilhões no Brasil, dos quais R$ 2,6 bilhões serão destinados à fábrica de São Bernardo do Campo. O restante será distribuído entre as outras três fábricas (São Carlos e Taubaté, no interior de São Paulo, e São José dos Pinhais, no Paraná), mas ainda sem valores definidos.

 

Apesar dos investimentos anunciados e da expectativa de aumento da produção, a empresa ainda não projeta contratações. “A indústria tem 44% de ociosidade, então temos muito para recuperar antes de começar a pensar em contratação. Temos algumas áreas específicas que precisam de novos quadros, outras não. Por enquanto nós vamos administrando de acordo com a demanda do mercado”, afirmou Di Si.

 

Outra meta da Volkswagen é chegar a 1 milhão de vendas nas regiões da América do Sul, América Central e Caribe. Para isso, conta com o sucesso do Virtus e de outros 20 lançamentos nos próximos três anos. O Virtus, garantiu o presidente da montadora no Brasil, será exportado para toda a América do Sul. Também existe a intenção de que o modelo seja vendido para países da Oceania e da África. (O Estado de S. Paulo/André Ítalo Rocha)