Após cinco anos, Itaú quer voltar a crescer em crédito automotivo e para PMEs

O Estado de S. Paulo/Reuters

 

Após cerca de cinco anos seguidos reduzindo a concessão de crédito para compra de automóveis e para o segmento pequena e média empresas, o Itaú Unibanco está pronto para voltar a crescer em ambos os setores, disse nesta terça-feira, 31, o presidente-executivo do banco, Candido Bracher.

 

Bracher afirmou que o banco está “muito aparelhado” para competir no esforço de crescimento da carteira de crédito que as condições econômicas começam a permitir. “As agências digitais vão cumprir papel muito importante, atuando junto a um público de mais recursos (Uniclass e Personnalité) e vão completar crescimento da carteira de crédito”, acrescentou ele, lembrando que esse é apenas um dos canais de oferta de crédito do banco.

 

Bracher disse ainda que o Itaú tem apetite para crescer a carteira de empréstimos para a compra de veículos e voltados às pequenas e médias empresas. Apesar disso, ambas as carteiras continuaram encolhendo no terceiro trimestre.

 

Em conversas com jornalistas, Bracher admitiu que o banco pode ficar abaixo das suas projeções (guidances) para o crescimento da carteira de crédito neste ano. Isso porque o desempenho dos empréstimos até setembro, de queda de mais de 2%, ficou fora do intervalo divulgado, de estabilidade à alta de até 4,0%.

 

“É um desafio (entregar o desempenho do crédito em linha com o guidance). Por isso, esperamos ficar ao redor do ponto inferior do guidance”, explicou.

 

De acordo com ele, ainda que o Itaú Unibanco tenha apetite para crescer em crédito, o direcionador para este caminho é a demanda. Sem dar projeções sobre o comportamento da oferta de empréstimos para 2018, afirmou que o cenário econômico já dá sinais mais positivos e que possibilitam a volta do crescimento de concessões de recursos.

 

“Temos disposição em crescer carteiras de crédito em todos os mercados de varejo, pessoas físicas, veículos, consignado, imobiliário, capital de giro, junto às pequenas e médias empresas e também nas grandes. O que vai ditar ritmo é a demanda”, reforçou o presidente do Itaú.

 

Ele disse que, na sua visão, vai ser mais fácil crescer no varejo do que no atacado. “Temos verificado concorrência grande com o mercado de capitais que está muito aquecido para dívida e ações e, por outro lado, as eleições em 2018 podem ser elemento que postergue um pouco as decisões de investimento das grandes empresas”, explicou Bracher.

 

Já os financiamentos ligados ao consumo em função da queda dos juros e da desalavancagem por parte da pessoa física, segundo o executivo, vão fazer com que a demanda por crédito se manifeste mais cedo. (O Estado de S. Paulo/Reuters/Aline Bronzati)