Estado de Minas
Lançado em 2003, o Ford EcoSport é conhecido como o precursor dos SUVs compactos. O modelo reinou sem concorrência direta durante anos, até que começaram a surgir concorrentes, muitos concorrentes, cada vez mais sofisticados. No lançamento da segunda geração, em 2012, o modelo perdeu os “ares” de jipinho, assumindo um visual mais elegante (não necessariamente melhor!), sempre mantendo o indefectível estepe pregado na tampa do porta-malas.
Atualmente, principalmente devido ao porte tímido e ao acabamento, o EcoSport se encaixa no segmento de entrada dos utilitários-esportivos compactos, ao lado do Renault Duster, ocupando a quarta posição entre seus pares. Seja para galgar posições ou para não cair pelas tabelas, a Ford lançou ontem uma reestilização profunda do EcoSport, que chega às concessionárias na segunda metade de agosto. As mudanças da carroceria se concentram na dianteira, cuja grade foi elevada e ganhou conjunto óptico maior.
Como em uma reestilização muito pouco pode ser feito para melhorar o espaço interno, este quesito continua a ser a maior fragilidade deste compacto. Mas o interior ganhou um verdadeiro “banho de loja”, sendo o elemento mais perceptível a tela de 6,5 polegadas (que pode ter 8 polegadas nas versões mais sofisticadas) destacada do painel. O acabamento tem material emborrachado e plástico de bom aspecto.
Motores
Também tem novidade debaixo do capô. A maior delas é o motor 1.5 da família Dragon, de três cilindros, com potências de 130cv (gasolina) e 137cv (etanol) e torques de 15,6kgfm (g) e 16,1kgfm (e). Quem não gosta de testar novos produtos, saiba que o EcoSport é o primeiro modelo a trazer este motor, que é importado da Índia. O propulsor oferece opção de câmbio manual de cinco marchas ou automático de seis velocidades, em substituição ao problemático automatizado Powershift. Já o motor 2.0 GDI é o mesmo do Focus, com potências de 170cv (g) e 176cv (e) e torques de 20,6kgfm (g) e 22,5kgfm (e), sempre com câmbio automático de seis marchas.
Preço e conteúdo
Se o modelo não pode cativar pelo espaço interno, uma das estratégias da Ford é oferecer um bom pacote de conteúdo já na versão de entrada, que é a SE 1.5 manual (R$ 73.990), com sete airbags, ar-condicionado, controles de tração e estabilidade, Isofix, vidros elétricos, retrovisores com ajustes elétricos, direção com assistência elétrica, central multimídia com tela de 6,5 polegadas, sensor de estacionamento traseiro, faróis de neblina, assistente de partida em rampa e rodas de 15 polegadas. Se quiser acrescentar câmbio automático, a mesma versão SE custa R$ 5 mil a mais (R$ 78.990), e ainda adiciona controle de velocidade de cruzeiro.
A versão intermediária é a FreeStyle 1.5 manual (R$ 81.490), que acrescenta central multimídia com tela de oito polegadas e GPS, bancos revestidos em couro, ar-condicionado digital e rodas de 16 polegadas. Aqui também o câmbio automático custa mais R$ 5 mil, totalizando R$ 86.490. Já a versão de topo é a Titanium (R$ 93.990), com câmbio automático, que tem rodas de 17 polegadas, sistema de monitoramento de ponto cego, teto solar, faróis de xenônio, sensores crepuscular e de chuva, além de destravamento das portas e partida do motor com chave presencial. A versão 4×4 chegará nos próximos meses.
Concorrentes
O bom conteúdo é o principal chamariz do EcoSport 2018, com destaque para os sete airbags e sistema multimídia de série. O pacote básico da concorrência oferece principalmente itens como airbag duplo, controles de tração e estabilidade e ar-condicionado. Seu oponente principal costumava ser o Renault Duster, que parte de R$ 67.990, e devido ao interior simplório talvez tenha ficado para trás. Seu irmão maior, o Renault Captur, começa em R$ 78.900 e pode tomar seu posto. Os demais concorrentes do EcoSport são o Hyundai Creta (a partir de R$ 73.990), o Jeep Renegade (R$ 72.990) e Honda HR-V (R$ 80.900). (Estado de Minas/Pedro Cerqueira)