Jornal do Carro
A vida anda boa para a Porsche e péssima para a JAC. Neste ano, tanto o Porsche 911 quanto o JAC J3 tiveram 80 unidades vendidas no Brasil – de janeiro a junho.
O mesmo número tem interpretações completamente diferentes para as duas montadoras. No caso da Porsche, estamos falando de um carro cujo preço inicial é de cerca de R$ 510 mil.
Além disso, o 911 tem versões que custam mais de R$ 1 milhão. Outro ponto a favor do Porsche é o crescimento que teve em relação ao mesmo período do ano passado. A alta foi de nada menos que 175%.
Isso num contexto em que a indústria de carros de luxo, como um todo, está caindo (leia aqui). A Porsche, aliás, é a única marca premium que cresce no Brasil.
A razão do amplo crescimento é a chegada da nova geração do 911. O esportivo ficou mais caro, mas também muito mais moderno e tecnológico – num segmento nada sensível a preço.
O J3, por outro lado, custa R$ 37.990. É mais barato que os modelos de mesmo porte – que, aliás, são os líderes do mercado.
Os carros com que o J3 deveria concorrer são Onix, HB20 e Ka, por exemplo. A marca chinesa, porém, vem há anos enfrentando problemas no Brasil.
De um início promissor, tendo Faustão como garoto-propagando, a marca foi vendo suas vendas despencarem. Várias concessionárias fecharam.
Fatores
As razões foram, entre outras, as políticas destinadas pelo Inovar-Auto (regime automotivo que está em fim de ciclo) aos importadores. Para uma marca de baixo custo, como a JAC, alta de imposto pesa bastante.
Outro fator importante é a defasagem do carro, que foi perdendo espaço diante da modernização dos modelos brasileiros desse segmento.
Por fim, o brasileiro, principalmente os que compram carros mais simples, são muito sensíveis a fatores como pós-venda e desvalorização. A JAC não conseguiu ainda a confiança desses clientes, que optam por marcas mais tradicionais ou, ao menos, mais mundialmente relevantes. (Jornal do Carro)