Carplace/Automotive News
A plataforma TNGA, da Toyota, foi a responsável por uma queda nos lucros da fabricante. Mas essa é a diferença entre prejuízo e investimento. Enquanto o primeiro é apenas dinheiro perdido, o segundo é algo que dará retorno no futuro. E já anda dando, pelo que o site Automotive News reporta. Implantada na fábrica de Georgetown, no Kentucky, para a produção da oitava geração do Camry, ela permitirá uma expansão expressiva na quantidade de produtos que podem ser fabricados por lá, além de tornar as linhas de produção muito mais eficientes. Como ela deve chegar em breve à fábrica de Indaiatuba, onde é fabricado o Corolla, a revolução provocada pela TNGA merece toda a nossa atenção. No Brasil, ela será usada, inicialmente, para a produção do Yaris e de sua versão sedã.
“A TNGA representa uma mudança total de pensamento na Toyota. É uma oportunidade para designers e engenheiros pensarem e criarem o melhor carro possível na melhor fábrica possível”, diz Tom Burrows, gerente de produção, projeto e qualidade veicular da empresa. Em outras palavras, o que ele quer dizer é que a TNGA permite uma grande flexibilidade de produção por colocar todos os carros da Toyota sobre a mesma plataforma. Prius, C-HR e Camry já a utilizam. As próximas gerações de Avalon, Corolla, RAV4, Yaris e Vios também devem utilizá-la.
Tanto é assim que a empresa investiu US$ 1,3 bilhão em sua fábrica de Georgetown, a maior da Toyota no mundo. Com mais de 8.000 empregados, ela produz, por ano, mais de meio milhão de carros. As coisas só começaram com o Camry, o carro de passeio mais vendido no mercado americano, mas os investimentos preveem todos os veículos que podem ser fabricados por lá.
Um deles deve ser a quinta geração do RAV4. Atualmente importado do Canadá e do Japão, ele deve se tornar o Toyota mais vendido do mercado americano em 2017. Faz todo o sentido que ele também saia de Georgetown.
Quando o Avalon, que também é fabricado por lá, passar a ter a plataforma TNGA, a Toyota poderá eliminar 1 das 4 linhas de acabamento que possui por lá. Outro exemplo da facilidade que a TNGA trará é o fato de que o radiador agora faz parte do módulo de motores. Como é instalado com o conjunto mecânico, isso dispensa a montagem separada do componente. E economiza em mão de obra.
Diante deste relato sobre Georgetown, faz todo o sentido que a Toyota queira antecipar a TNGA no Brasil. Conforme antecipado pelos sites Autoo e Autos Segredos, a empresa planeja montar em Indaiatuba a nova geração do Yaris e do Vios, com os projetos 231B (hatchback) e 230B (sedã). Eles usarão o motor 1.8 do Corolla, com 144 cv no etanol e 139 cv na gasolina, sempre a 6.000 rpm, e 18,6 kgfm (E) e 17,7 kgfm (G) a 4.800 rpm. (Carplace/Automotive News/Gustavo Henrique Ruffo)