Baidu lidera avanço chinês nos carros autônomos

O Estado de S. Paulo

 

A empresa chinesa de buscas na internet Baidu deve anunciar esta semana seus primeiros parceiros para produção de veículos equipados com seu software de direção autônoma. Os parceiros incluem a chinesa Chery Automobile, uma das maiores montadoras do país asiático, disse uma fonte familiarizada com o assunto.

 

As parcerias podem ser anunciadas em Pequim, mas elas são resultado de um trabalho que ocorre a mais de 9 mil quilômetros de distância, no Vale do Silício, onde a Baidu e mais de 30 outras empresas chinesas trabalham no desenvolvimento e financiamento de software e hardware para veículos autônomos. O objetivo é colocar esses veículos nas estradas da China, o maior mercado automotivo do mundo. A expectativa é que a mesma tecnologia, incorporada em veículos chineses, possa conquistar os Estados Unidos.

 

A Baidu, conhecida como o Google da China, tem papel central nesse esforço. Assim como a Waymo, a divisão de direção autônoma da controladora do Google, Alphabet, a Baidu usa o que aprendeu sobre mapeamento e inteligência artificial para desenhar o software e os sistemas necessários para tornar realidade os carros autônomos.

 

Ainda é cedo para afirmar se o projeto, divulgado em abril e batizado de Apollo, terá sucesso em uma das mais competitivas áreas da indústria de tecnologia. O cientista-chefe, Andrew Ng, e o gerente da unidade de direção autônoma, Jing Wang, deixaram a empresa este ano para montar suas próprias companhias. “A competição por talento é intensa”, disse Jingao Wang, o novo chefe da equipe da Baidu de direção autônoma no Vale do Silício.

 

A Baidu tem pelo menos uma vantagem sobre a Waymo. Ela tem uma presença nos EUA, enquanto a Alphabet não atua na China, depois que o Google fechou sua página no país asiático em 2010 para não ceder às exigências de censura impostas por Pequim.

 

Em 2011, a Baidu foi uma das primeiras da nova geração de grupos chineses de tecnologia a montar filial no Vale do Silício, de forma a participar do maior celeiro de talentos tecnológicos do mundo. Desde então, a região se tornou o centro de “rede chinesa” de quase três dúzias de empresas por meio de investimento, aquisições e parcerias. (O Estado de S. Paulo)