Frota & Cia
Na última terça-feira, 13, aconteceu no Hotel Pullman, em São Paulo, o Seminário Caminhos para a Retomada, organizado pela Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea).
O objetivo do encontro foi discutir caminhos para minimizar os efeitos da crise econômica, que impacta diretamente nas vendas de caminhões e ônibus. O evento contou com painéis de debate que reuniram representantes de montadoras, bancos e entidades do setor.
No primeiro painel, que contou com a participação de representantes dos principais fabricantes de veículos, o presidente da Volvo na América Latina, Fabiano Todeschini, comparou a situação do setor a de um paciente que não precisa de uma cirurgia, e sim, de um transplante. “Precisamos pensar em algo previsível e ter medidas simples. A burocracia não nos ajuda. No momento estamos perdendo mercado para as nossas próprias plantas e precisamos aumentar a nossa competitividade global”, disse.
O presidente da Mercedes-Benz, Philipp Schiemer, também destacou a necessidade de medidas simplificadas. Para ele, o Brasil tem condições de dispor da mesma tecnologia presente nos caminhões e ônibus da Europa, mas a burocracia e as taxas elevadas dificultam a implantação da chamada Indústria 4.0.
Para o vice-presidente de vendas da MAN, José Ricardo Alouche, o Brasil é grande o suficiente para voltar ao patamar econômico de 2011. Já o vice-presidente da Iveco, Marco Borba, destacou que se dependesse apenas dos consumidores o cenário seria diferente. “Nunca vi um período no qual as pessoas querem tanto comprar um caminhão”.
A intenção de compra por parte dos clientes também foi destacada nos painéis de Renovação de Frota, já que o Brasil possui mais de 300 mil caminhões com idade igual ou superior a trinta anos de uso. O diretor de Operações da Ford Caminhões, João Pimentel, destacou que as marcas deveriam investir no aumento da eficiência, já que a indústria se preparou para produzir de acordo com a demanda dos consumidores.
Contando com a estabilidade nos próximos anos, os representantes das montadoras destacaram, ainda, a importância de um sistema de financiamento eficaz para os próximos anos. Na opinião de Ricardo Alouche o leasing, será o futuro das vendas de caminhões no Brasil. “Por enquanto a taxa não é competitiva, mas a tendência é melhorar”, finaliza. (Frota & Cia)