Média diária de vendas cresce desde janeiro

O Estado de S. Paulo

 

Aliviadas com o primeiro resultado positivo registrado no comparativo anual, depois de mais de quatro anos no vermelho, as montadoras esperam manter neste mês a média diária de vendas registradas em maio.

 

Apesar dos altos e baixos dos números mensais, a média das vendas diárias vem crescendo sistematicamente. O dado é importante para o setor, pois exclui o efeito do número de dias úteis. Ou seja, se um mês tem muitos feriados, o resultado das vendas normalmente é mais baixo, o que não significa queda de negócios.

 

Em janeiro, a média diária de vendas de automóveis, comerciais leves, caminhões e ônibus estava em 6,6 mil unidades. Em fevereiro, subiu para 7,7 mil e em março para 8,1 mil. Em abril chegou a 8,7 mil e, no mês passado, em 8,9 mil. É este número que as empresas esperam manter em junho, que terá menos dias úteis em razão do feriado de Corpus Christi.

 

A certeza de que finalmente o setor caminha para uma recuperação consistente só virá quando essa média chegar a 10 mil unidades, avalia a Anfavea, associação que representa as montadoras.

 

A indústria automobilística está apreensiva com os desdobramentos da crise política. No discurso oficial das lideranças do setor, qualquer que seja a decisão do TSE nesta semana – se caça ou não a chapa Dilma-Temer – o importante é a manutenção do calendário de reformas. Na visão deles, isso traria segurança para novos investimentos.

 

Nos bastidores, contudo, a torcida é pela permanência de Michel Temer, baseado no “ruim com ele, pior sem”. Dirigentes das montadoras estão perto de acertar com o governo atual a política para o setor até 2030. Chamada de Rota 2030, vai substituir o Inovar-Auto, que termina em 31 de dezembro.

 

O receio é de que as discussões, hoje semanais, fiquem paralisadas ou, pior, sejam suspensas e as montadoras cheguem em janeiro de 2018 sem uma rota definida em relação a temas como metas de emissões, de instalação de novos itens de segurança e novas tecnologias. (O Estado de S. Paulo/Cleide Silva)