O Estado de S. Paulo
A indústria automobilística viu, com certo alívio, a virada de mais de três anos seguidos de resultados negativos nas vendas acumuladas para dados positivos. De janeiro a maio os negócios cresceram 1,6% em relação ao mesmo período de 2016, somando 824,5 mil unidades.
A última vez que o setor havia registrado alta das vendas no acumulado anual tinha sido no primeiro bimestre de 2014 em relação a 2013. A volta a números positivos é resultado das vendas em maio, o melhor mês do ano, com 195,6 mil unidades, 16,8% a mais na comparação com um ano atrás e 24,6% melhor que em abril passado, que teve menos dias úteis.
O problema, contudo, é que o mercado continua ancorado nas vendas diretas, feita pelas fábricas a frotistas e locadoras, sempre com elevados descontos. No mês passado, segundo a Fenabrave (associação dos revendedores), as vendas especiais de automóveis e comerciais tiveram participação de 42,15% nos emplacamentos, uma das mais altas nos últimos anos.
Significa que apenas 57,85% dos compradores foram pessoas físicas, que pagam preços de mercado pelo automóvel, neles embutidos o razoável lucro que as montadoras afirmam precisar para manter investimentos. No acumulado do ano, a participação das vendas diretas está em 37,23%.
Mudanças no ranking
No ano, o segmento que mostra recuperação é justamente o de automóveis e comerciais leves, com alta de 2,24% ante 2016 e vendas de 802,2 mil unidades. Caminhões caíram 18,6%, para 17,2 mil unidades, e ônibus recuaram 15%, para 4,9 mil unidades. No comparativo maio 2017/maio 2016 houve pequena alta em ambos os casos.
Maio também apresentou mudanças no ranking das marcas. A General Motors manteve a liderança do mercado, com 17,7% de participação, mas a Fiat retomou a segunda posição (13,6%), e a Ford a quarta (9,8%). A Volkswagen voltou para o terceiro lugar (12,8%) e a Hyundai para o quinto (9,2%).
Na lista dos modelos mais vendidos também houve alterações. O Chevrolet Onix seguiu no topo, com 15 mil unidades vendidas, mas o Ford Ka (9.326) tomou o posto de vice-líder do Hyundai HB20 (8.981). O Renault Sandero ficou em quarto lugar (8.699) e o Volkswagen Gol em quinto (8.220). (O Estado de S. Paulo/Cleide Silva)