Versões com visual “aventureiro” perderam espaço no mercado

Jornal do Carro

 

Quando o segmento de utilitários-esportivos compactos tinha apenas o Ford EcoSport e o Renault Duster como representantes “de peso”, as versões aventureiras de hatches e peruas faziam a festa. Mas a partir da chegada do Honda HR-V e do Jeep Renegade, em 2015, os modelos que apostavam no visual off-road foram perdendo espaço, fenômeno acentuado no ano passado, com os lançamentos de outros “jipinhos”, como o Nissan Kicks.

 

No geral, os pseudo-aventureiros são versões com suspensão elevada e itens visuais de carros para fora de estrada. Até o fim de 2014, eles eram vendidos como alternativas às duas únicas opções de utilitários compactos. O problema é que o preço da maioria já era, desde então, semelhante ao dos jipinhos – posicionamento que ainda se mantém em alguns modelos.

 

O mais caro dos “aventureiros de butique”, Volks Space Cross, sai a R$ 85.103. Esse valor é superior ao inicial de todos os utilitários compactos do País. A Fiat Weekend Adventure, a R$ 72.570, custa mais que Peugeot 2008, EcoSport e Duster, por exemplo.

 

Ladeira abaixo

 

No primeiro bimestre, a participação de todos os pseudo-aventureiros em suas respectivas linhas caiu. O único que teve perda moderada no mix foi o Hyundai HB20X, o segundo mais barato da categoria, a R$ 59.645 – o mais em conta é o novato Onix Activ, líder de vendas no Brasil neste ano.

 

A participação do Chevrolet foi 11,9% no primeiro bimestre de 2016, ante os 11,3% no mesmo período deste ano – cálculo feito a partir de números divulgados por fontes de mercado.

 

Em vendas, a maioria desses carros registrou queda. A exceção é o Stepway, a R$ 60.700.

 

O Renault teve 1.793 emplacamentos nos dois primeiros meses deste ano, ante 1.698 do mesmo período de 2016. O ganho é fruto da alta nas vendas da linha Sandero, na qual a participação dessa versão recuou de 25,9% para 12,9%.

 

O único aventureiro urbano que ainda domina sua gama é a perua Weekend. Segundo informações da Fiat, a versão Adventure representa 56% da linha.

 

Se tivesse sido lançado alguns anos atrás, o Kwid, que a Renault começa a vender no Brasil neste semestre, possivelmente seria classificado pela montadora como um aventureiro urbano. Porém, como o segmento perdeu apelo, a estratégia agora é lançá-lo como um SUV (veículo utilitário esportivo) compacto urbano.

 

Para quem viu o carro no Salão do Automóvel, em novembro do ano passado, fica difícil acreditar que ele possa ser classificado assim. O Kwid mais parece um hatch alto, a exemplo do Volkswagen Fox.

 

De acordo com a metodologia de classificação do Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro), porém, o Renault pode ser considerado um SUV compacto.

 

Para fazer parte desse time, o carro deve preencher ao menos três de quatro parâmetros: ter 18 cm de altura mínima do solo, ângulo de entrada de 22°, ângulo de saída de 19° e de transposição (central) de 10°.

 

O Kwid cumpre os requisitos de altura do solo, ângulos de entrada e de saída. É um SUV. (Jornal do Carro)