O Estado de S. Paulo
Um acordo feito entre a Volkswagen e seus trabalhadores resultou na demissão voluntária de 615 deles na fábrica de Taubaté, no interior de São Paulo, conforme informou nesta quarta-feira o sindicato dos metalúrgicos da cidade. Como incentivo para deixar a empresa, os funcionários receberam entre 25 e 35 salários, a depender do tempo de casa.
O programa de demissão voluntária, que começou no fim de dezembro e terminou em janeiro, foi uma das condições impostas pelo sindicato no início de dezembro para que os trabalhadores aceitassem ficar sem reajuste salarial em 2016 e sem aumentos acima da inflação entre 2017 e 2022. Em contrapartida, a empresa se comprometeu a não demitir ninguém nesse período.
Na época, o sindicato considerou o acordo positivo, “já que o País passa por uma turbulência econômica e política”. A 615 demissões voluntárias anunciadas hoje representam uma diminuição de 15% na força de trabalho da fábrica de Taubaté, que contava, até então, com cerca de 4 mil funcionários.
A Volkswagen, que tem quatro fábricas espalhadas pelo Brasil e cerca de 18 mil trabalhadores no total, havia informado em novembro que pretendia demitir mais 3 mil funcionários em suas operações no País ao longo de um período de cinco anos, começando em 2016. Mas os desligamentos, ressaltou a empresa à época, já estão previstos nas negociações de acordos coletivos com os sindicatos de cada região.
No Brasil, onde a venda de veículos enfrenta uma queda acumulada de quase 50% desde 2013, a Volkswagen foi a que mais perdeu participação de mercado nos segmentos de automóveis e comerciais leves. No fim de 2012, a marca ocupava a segunda posição na preferência dos brasileiros, com 21,1% de participação. Em 2016, a fatia da montadora caiu para 11,5%, ficando na terceira colocação.
O setor como um todo terminou o ano passado com queda de 20,2% nas vendas, para 2,05 milhões de unidades, entre automóveis, comerciais leves, caminhões e ônibus, segundo a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea). Para este ano, a expectativa é de crescimento de 4%, para 2,13 milhões de unidades. (O Estado de S. Paulo/André Ítalo Rocha)