Carsale
O ano de 2017 começou e posso cravar: será interessante para quem for inteligente e apostar na compra de carros usados. Sim, meus amigos e amigas, o cenário não é promissor para os novos. Pesquisas indicam que apenas um em cada quatro compradores terá coragem de pagar os altos preços dos modelos zero quilômetro.
Em vista disso, vou te ajudar a fazer um negócio inteligente. Listei quais foram os carros usados mais vendidos em novembro do ano passado, analisando seus prós e contras. Você pode ver a lista completa feita pela Fenabrave (Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores) com os 25 carros usados mais vendidos clicando neste link.
Nesta lista que fiz, foquei nos carros que não são de entrada. Por uma questão óbvia de preço, os carros de entrada têm prós e contras bem parecidos (baixa manutenção, baixo consumo de combustível e boa revenda como pontos positivos e simplicidade e desempenho modesto como os pontos negativos).
O perfil de cliente que me contrata como Caçador de Carros prefere um produto de melhor qualidade, mesmo que ele seja mais caro ou mais antigo. É ter status com inteligência.
- Toyota Corolla
O décimo segundo carro usado mais vendido de 2016 foi o Corolla. Acima dele, somente carros pequenos de entrada. O poder desse sedã médio em todo o mundo mostra que a Toyota acertou em cheio na entrega daquilo que as pessoas esperam de um carro hoje em dia. Ele pode não ser o melhor em nada, mas é acima da média em tudo e isso faz a diferença na hora da escolha. Foi um dos carros que mais procurei em 2016 e faz todo o sentido ser o primeiro dos “não populares”.
Pontos Positivos – Já viu um Corolla quebrado na rua? Já viu um Corolla empacado numa oficina mecânica por falta de peças? É um carro com reputação de inquebrável e robusto. As pessoas querem isso, poder ligar o carro e saber que vão chegar no seu destino, seja a padaria da esquina ou a viagem de fim de semana com a família. Em termos de segurança, desde que é vendido no Brasil, oferece duplo airbag e freios ABS pelo menos como opcional. Também é referência em conforto, com suspensão calibrada para isso, mas sem deixar de lado a boa estabilidade. Arrisco dizer que é um dos responsáveis por popularizar o câmbio automático no Brasil. É tão comum pensar nele com esse câmbio que até me esqueço da existência de Corolla com caixa manual.
Pontos Negativos – Ele é tão certinho e funciona tão bem que o lado negativo dele é não passar emoção nenhuma para o dono. Pelo jeito não é o que a maioria está buscando hoje, mas para aquela parcela que gosta de uma tocada esportiva, farta lista de equipamentos e opção de cores, não encontra no Corolla essas características.
- Honda Civic
Não se fala em Corolla sem falar em Civic. Os dois estão sempre juntos em tudo e não seria aqui que estariam distantes. Logo abaixo do Corolla, aparece o Civic, na décima terceira posição do ranking de usados de 2016. Também negociei vários Civic no ano passado, sempre para clientes com necessidades parecidas com as dos compradores de Corolla.
Pontos Positivos – No geral, os carros japoneses passam a ideia de robustez e com o Civic não é diferente. Mas o que faz o comprador se decidir por ele é estilo. Não tem como negar que as linhas do Civic são mais agressivas e chamam mais atenção que o conservador Corolla. Isso também se reflete na dirigibilidade, em um carro que tem acerto mais voltado para esportividade. A suspensão continua sendo independente nas quatro rodas e faz toda a diferença para quem gosta de dirigir.
Pontos Negativos – Mesmo tendo ótima liquidez, desvaloriza um pouco mais que o Corolla. A mesma suspensão que dá mais prazer para dirigir, incomoda por ser mais dura e transmitir as irregularidades do solo para os passageiros. A oitava geração, chamada de “New Civic” (entre 2007 e 2011), tem porta malas um tanto pequeno para um sedã médio (apenas 340 litros).
- Chevrolet S10
Não é surpresa a picape média da Chevrolet nesta lista. Com inúmeros modelos de versões, motores, combustível e carroceria ao longo de seus mais de 20 anos de Brasil, a S10 é uma compra bem racional para quem precisa de um utilitário. Aparece em décimo sétimo lugar entre os mais vendidos de 2016.
Pontos Positivos – A Chevrolet sempre usou de mecânicas simples nas S10, algo valorizado para quem usa o carro para o trabalho. Sempre vai ter um mecânico que saiba mexer em um carro como esse, esteja ele em qualquer lugar do País. A atual geração deu um grande salto de qualidade e fez com que ela voltasse a duelar de igual para igual com as suas concorrentes.
Pontos Negativos – É um veículo grande, que eu só indico para quem de fato precisa do espaço de caçamba. O consumo de combustível das versões a gasolina e flex é um tanto elevado alto. Das mais antigas, são raras as que têm câmbio automático. O preço do seguro das versões a diesel costuma ser bastante elevado.
- Ford EcoSport
Gostem ou não, teve a primazia de criar um segmento e nele reinar de forma solitária por muitos anos. Faz sentido vê-lo como o “jipinho derivado de carro” mais vendido, em décimo oitavo no ranking geral.
Pontos Positivos – O estilo aventureiro é o principal diferencial do EcoSport, mas também se mostra um carro simples de se manter, afinal, não passa de um Fiesta mais alto. A primeira geração ficou bons anos com poucas alterações, mas ofereceu boas opções para todos os gostos. O espaço interno é bom e a suspensão confortável.
Pontos Negativos – Quem opta pelas versões com tração nas quatro rodas não pode levar junto o câmbio automático. No caso da segunda geração, o câmbio passou a ser automatizado de dupla embreagem e foram várias as reclamações de vibração. Fique atento com isso na hora da avaliação. Se o espaço interno é bom, o do porta-malas nunca foi o seu forte. Se a manutenção é basicamente a de um Fiesta (ou Focus, no caso das versões 2.0), o mesmo não se pode dizer do custo dos pneus de uso misto, que são bem mais caros que a média.
- Honda Fit
A procura pelo Fit no mercado de carros usados é tão grande que, para mim, foi uma surpresa vê-lo apenas em décimo nono lugar. Ainda assim, na minha lista de carros que não são de entrada, fica em quinto lugar. Procurei muitos Fit em 2016 e tudo indica que continuará assim nos próximos anos.
Pontos Positivos – É um carro coringa, que atende várias necessidades diferentes. Você pode ser um estudante solteiro que precisa de um carro pequeno, pode ser um pai ou mãe de família que precisa de bom espaço interno e segurança ou mesmo um profissional que precisa de espaço para carregar mercadoria sem poder dispor de um segundo carro para isso. E tudo com a reconhecida confiabilidade e simplicidade mecânica dos carros japoneses.
Pontos Negativos – O preço é o maior inimigo do Fit, pois é um carro caro pelo pouco que oferece em termos de equipamentos e desempenho. Percebo que, no geral, o dono do Fit não é aquele apaixonado por carros, portanto não é fácil encontrar um usado em ótimo estado. É comum encontrar opções com muitas marcas do tempo, como ralados e amassados. O pior de tudo é a tampa do porta malas, que fica muito rente e acaba servindo de para-choque. Quase impossível comprar um Fit usado que não tenha passado por algum reparo nessa tampa. (Carsale/Felipe Carvalho)