Hyundai entra para o time das quatro grandes montadoras

Jornal do Carro

 

Nem Toyota, nem Renault. Pela primeira vez desde que as novas montadoras começaram a chegar ao País, no fim dos anos 90, uma dessas fabricantes conseguiu provocar mudanças no grupo conhecido como “quatro grandes”. Ele sempre foi ocupado pelas veteranas Chevrolet, Fiat, Ford e Volkswagen.

 

Isso até 2016. No ano passado, esse grupo ganhou uma nova configuração. Dele, passou a fazer parte a Hyundai. A fabricante que saiu da “elite” do mercado, por sua vez, foi a Ford.

 

Anteriormente, Renault e Toyota chegaram a “flertar” com esse grupo. Nenhuma, no entanto, jamais conseguiu se firmar na quarta posição ao final de um ano, o que aumenta o mérito da Hyundai.

 

Um fato surpreendente é que, entre as chamadas novas montadoras, a sul-coreana foi praticamente uma das últimas a se instalar no País. Toyota e Renault, assim como as demais francesas e japonesas, começaram a fabricar carros aqui entre o fim dos anos 90 e o início dos 2000.

 

Já a Hyundai tornou-se fabricante em 2007, com a inauguração da fábrica em Anápolis (GO). Essa planta, que hoje produz ix35 e Tucson, pertence ao Grupo Caoa, um dos representantes da montadora no País.

 

Foi em 2012, no entanto, que a Hyundai iniciou sua operação própria no Brasil, controlada pela matriz. Naquele ano, a marca começou a produzir em Piracicaba (SP) a linha HB20. Os dois modelos da linha (hatch e sedã) são os únicos que figuram na lista dos 20 mais vendidos do País. O dois-volumes foi o segundo mais emplacado em 2016 (veja abaixo).

 

Atualmente, Hyundai e Caoa operam em conjunto no Brasil. A matriz controla a fábrica de Piracicaba. O grupo brasileiro, a de Anápolis e a vendas de importados.

 

Em 2015, a Hyundai havia terminado o ano na quinta posição do ranking de vendas. O hatch HB20, por sua vez, havia sido o terceiro carro mais vendido do País.

 

Mudanças

 

O agravamento da crise no País foi um dos fatores que levaram não apenas ao crescimento da Hyundai, mas a uma nova configuração no ranking de vendas por marcas. As vendas de modelos populares despencam, o que projeta diversos modelos com preços a partir de R$ 65 mil ao ranking dos 20 mais vendidos – exemplos são Toyota Corolla e Honda HR-V.

 

Pela primeira vez desde 2005, o mercado brasileiro tem uma nova líder geral de vendas. Trata-se da Chevrolet, que havia ocupado essa posição pela última vez em 2004 – quando fez uma operação no mercado para obter o posto na comemoração de seus 80 anos de País.

 

A Chevrolet, que produz o carro mais vendido no País pelo segundo ano consecutivo (o Onix), comercializou 345.874 automóveis e comerciais leves em 2016. Com isso, desbancou a Fiat, que havia liderado o mercado desde 2005. A italiana, segunda colocada no ano passado, vendeu 304.980 veículos.

 

A Volkswagen, que teve problemas com fornecedores e paralisou fábricas por quase dois meses, vendeu 228.456 veículos para fechar o ano no terceiro lugar. A Hyundai, quarta colocada, entregou 197.850 modelos ao mercado.

 

A Toyota ficou com a quinta posição, duas acima da que havia obtido em 2015. O mérito, no entanto, não foi da linha de entrada da marca, a Etios. Essa gama até obteve grande evolução em vendas, mas o grande destaque foi o Corolla, quinto veículo mais vendido do País em 2016.

 

Com a evolução de Hyundai e Toyota, a Ford, ao menos por enquanto, deixou o posto das quatro grandes montadoras, caindo da quarta para a sexta colocação.

 

O ranking das dez maiores montadoras tem a Renault em sétimo lugar, seguida respectivamente por Honda, Nissan e Jeep. (Jornal do Carro)