PDV da Mercedes-Benz começa dia 1º e quer atingir 2 mil funcionários

Diário do Grande ABC

 

A Mercedes-Benz vai abrir PDV (Programa de Demissão Voluntária) no dia 1º de junho para a fábrica de São Bernardo. O prazo para a adesão vai até 8 de julho e o programa é destinado tanto a colaboradores do chão de fábrica como da área administrativa. O objetivo da montadora é atingir o excedente de 2.000 profissionais, o equivalente a 20,4% do quadro de empregados da sede da empresa no Brasil, composto por 9.800 pessoas.

 

Para isso, está sendo ofertado o equivalente a meio salário adicional por ano mais um incentivo que vai variar conforme o tempo de casa de cada um, segundo informações do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC.

 

Aos funcionários com doença profissional, embora não tenham sido divulgadas as condições, sabe-se que eles serão submetidos às mesmas regras do pacote anterior, aberto em julho de 2015 – o terceiro daquele ano. Foi oferecida avaliação caso a caso, já que, por acordo coletivo da categoria, eles têm estabilidade. À época daquele PDV, o intuito era reduzir o mesmo excedente de 2.000 trabalhadores, porém, houve apenas 40 adesões.

 

A Mercedes, desta vez, quase dobrou o teto a ser pago por colaborador. Se no ano passado o limite era de R$ 65 mil, agora estendeu a R$ 115 mil. Outra vantagem, conforme a montadora, é que será concedido suporte para atendimento médico até dezembro de 2016.

 

Crise

 

O Diário teve acesso, no início do mês, a comunicado exposto no interior da fábrica em que o presidente da Mercedes, Philipp Schiemer, dizia que a companhia vem sentindo, desde 2013, o impacto da redução drástica nos volumes de venda e produção. E que, de janeiro a abril, o desempenho de veículos comerciais foi ainda mais dramático. “Chegamos ao patamar de produção de 1984 e ao pior resultado de vendas desde 1999. Estamos voltando no tempo.”

 

O texto afirmava também que a montadora tem capacidade técnica de produzir 80 mil veículos, enquanto as vendas totais no País não devem superar a previsão de 70 mil unidades em 2016. “Isso quer dizer que só a capacidade produtiva da Mercedes é superior à demanda total do mercado brasileiro.”

 

Nos últimos três anos, a companhia lançou mão de banco de horas, semanas curtas, férias coletivas, licença remunerada, PDVs e lay-offs (suspensão temporária de contrato).

 

Agora, diante da decisão de não renovar o PPE (Programa de Proteção ao Emprego), que vai até dia 31, um grupo entrará em licença remunerada, porém, ainda não foi divulgado o número de envolvidos. (Diário do Grande ABC/Soraia Abreu Pedrozo)