GM vai contratar 200 pessoas em São José

O Estado de S. Paulo

 

A General Motors vai contratar 200 trabalhadores para a fábrica de São José dos Campos (SP), a princípio por um período de sete meses. Eles vão trabalhar no segundo turno da linha de produção da picape S10 a partir de junho. Notícias de contratações têm sido cada vez mais raras no setor automotivo, que passa por uma profunda crise de vendas. Só nos quatro primeiros meses do ano, o setor demitiu 1,4 mil funcionários.

 

De acordo com o Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos, o objetivo da contratação é ter uma produção extra de mil unidades mensais da S10, já em sua nova versão, para serem exportadas, principalmente para a Argentina e o México.

 

Normalmente, a produção do modelo gira em torno de 4,2 mil a 4,6 mil unidades por mês, mas houve uma desaceleração na linha antiga para a chegada da versão 2017, lançada no mês passado. A GM não quis comentar o assunto.

 

Segundo o presidente do sindicato, Antonio Ferreira de Barros, será dada prioridade nas contratações aos funcionários demitidos nos últimos anos. Desde 2013, a GM fechou 1,8 mil vagas na fábrica, que também produz o utilitário Trailblazer, motores e transmissões. Atualmente, 4,3 mil pessoas trabalham no local.

 

Recentemente, a montadora transferiu a unidade de CKDs (veículos desmontados) para Mogi das Cruzes (SP), onde fabrica apenas componentes.

 

Barros disse que no ano passado foram produzidas cerca de 40 mil unidades da S10 e a previsão para este ano é de 50 mil.

 

Acordo entre a GM e o sindicato também fixou o pagamento da Participação nos Lucros e Resultados (PLR) deste ano entre R$ 11,2 mil e R$ 16,9 mil, dependendo da meta de produção que for atingida (entre 35 mil e 44 mil veículos).

 

Nos próximos dias, a montadora pagará R$ 8,6 mil a cada funcionário como antecipação da PLR.

 

Cortes

 

A Mercedes­Benz vai abrir um Programa de Demissão Voluntária (PDV) no dia 1.º para tentar reduzir o excesso de cerca de 2 mil trabalhadores que afirma ter na fábrica de São Bernardo do Campo, no ABC paulista.

 

Serão oferecidos salários extras para quem aderir até o dia 8 de julho, segundo o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC.

 

Também estão previstas para junho férias coletivas nas três fábricas de automóveis da Volkswagen no País – em São Bernardo, Taubaté (SP) e São José dos Pinhais (PR). As paradas vão variar de 20 a 30 dias, dependendo do setor.

 

De janeiro a abril, a produção do setor automobilístico caiu 25,8% em relação a igual período de 2015, para 658,7 mil unidades. As vendas tiveram retração de 27,9%, para 644,2 mil automóveis, comerciais leves, caminhões e ônibus. (O Estado de S. Paulo/Cleide Silva)